Ibama espera controlar fogo no Parque Nacional das Emas até o fim de semana

Com a chegada de especialistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais(PrevFogo) hoje ao Parque Nacional das Emas, no sul de Goiás, o diretor do programa, Heloisio Bueno Figueiredo, calcula que o incêndio na área seja controlado em 72 horas. Figueiredo estima que o fogo tenha atingido 35% dos 130 mil hectares do parque.

"Se não houver nenhuma ação humana, nem da natureza, acreditamos controlar rapidamente", avaliou. De acordo com o diretor do PrevFogo, a intenção é proteger os outros 65% não atingidos para que se garanta refúgio para os animais. O fogo controlado, ressaltou Figueiredo, não significa fogo extinto. "O fogo controlado significa que está circunscrito a uma área e que está sob controle", explica o diretor do programa, que atua em todas as Unidades de Conservação sob responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A equipe de 40 homens que, desde maio, agia preventivamente para evitar o fogo no parque, conta com aliados que antes eram tidos como os maiores causadores das primeiras faíscas, os agricultores. Localizado próximo ao município de Rio Verde, conhecido pela agricultura em expansão, o Parque Nacional das Emas, anteriormente, era atingido pelo fogo usado pelos produtores para preparar o solo para o plantio.

Hoje, conforme Figueiredo, os agricultores usam o Plantio Direto. Nesse sistema, a palha da safra anterior serve de adubo para a safra plantada. "O fogo consome a palha e, com isso, tivemos que controlar antes os limites do parque para não atingir a produção. Os prejuízos seriam ainda maiores, afirma. O parque é o último remanescente de vegetação nativa no sul de Goiás.

Figueiredo lamenta que os danos à vegetação (flora) e aos animais (fauna) já sejam de grande extensão. "Vai afetar principalmente a fauna, muitos animais não conseguem escapar do fogo", constata. Segundo o diretor do PrevFogo, a estação atual é época de reprodução de vários animais, principalmente das aves. "A gente procura fazer com que haja refúgio para essa fauna, como matas ciliares (em torno dos rios), veredas e áreas de campo, que não se queimam. Mas os que estão se reproduzindo não conseguem fugir", observa.

Entre as principais espécies que vivem no Parque Nacional das Emas estão, segundo Figueiredo: ema, siriema, codorna, juriti, pomba, cervos, veados, tamanduá, porco-do-mato, onça, tatus, lagartos, suçuarana, gato-do-mato, anta, capivara, paca, cotia, lobo-guará, cobras e insetos.

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