IAP vai recorrer à ANT após descarrilamento na Serra do Mar

O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues, deverá encaminhar à Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), que fiscaliza e libera a concessão das ferrovias, um relatório com os acidentes envolvendo a ALL no Paraná e solicitando providências para evitar novos acidentes no Estado.

A ação será tomada após o acidente, ocorrido na madrugada desta segunda-feira, no quilômetro 62 da ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá, em que 35 vagões de um trem da América Latina Logística (ALL) descarrilaram na ponte do Rio São João, em Morretes. O trem era composto por três locomotivas e 45 vagões que transportavam farelo de soja, milho e açúcar. Dois vagões caíram da cabeceira da ponte; cada um deles com capacidade para transportar até 60 toneladas de produto.

O local do acidente está dentro da Área Especial de Interesse Turístico do Marumbi ? (AEIT). O lugar abriga os parques Pico do Paraná, Parque Estadual Pico do Marumbi, Parque Estadual da Graciosa, Parque Estadual do Pau-Oco e Parque Estadual Roberto Ribas Langue.

Falhas

“A recorrência dos acidentes tem demonstrado que existe alguma falha na operação do sistema de transporte da ALL e não podemos mais permitir que o meio ambiente do Paraná continue pagando a conta”, disse o presidente do IAP, Rasca Rodrigues. Segundo ele, o plano de contingência da empresa já foi revisado pelo Instituto, mas os acidentes continuam acontecendo.

Equipes do IAP estão acompanhando a retirada do material derramado e o início dos trabalhos de recuperação da área. Além disso, estão sendo feita coleta de amostras de água para realização de análises laboratoriais, que poderão comprovar possíveis danos ambientais.

A ponte de onde caíram os vagões possui aproximadamente 80 metros de altura o que dificulta o acesso das equipes. O IAP acredita que, devido a altura, a retirada dos vagões deverá ocasionar desmatamento da flora no local. O presidente do IAP ainda disse que, apesar de envolver material orgânico ? farelo de milho e açúcar ? o acidente é preocupante. “A fermentação desses grãos consome oxigênio da água do rio, diminuindo a quantidade de oxigênio disponível aos peixes”, explica.

A empresa será obrigada a tomar medidas de recuperação ambiental do rio e entorno. O IAP deverá cobrar ainda da ALL ações de mapeamento de riscos e manutenção preventiva na região. O valor da multa e auto de infração só poderá ser calculado após a retirada dos vagões e resultados das análises laboratoriais.

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