Rio – Ao contrário dos bancos privados de sangue de cordão umbilical, que têm um custo elevado para o armazenamento do material coletado, os hospitais e hemocentros da rede pública não cobram nada pela coleta. "Ela é feita através de uma autorização das mães e dos pais. É um ato voluntário", explicou à Agência Brasil o chefe do Centro de Transplante de Medula Óssea, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luiz Fernando Bouzas. O banco de sangue de cordão umbilical do Inca é pioneiro no setor público e considerado referência no país.
Também diferentemente dos bancos privados, em que o material fica armazenado para uma eventual necessidade de seu doador, na rede de bancos públicos o material coletado não está disponível para uma determinada criança que o doou, "mas para qualquer criança ou qualquer paciente que esteja precisando realizar o transplante", esclarece.
Segundo Bouzas, a meta da rede pública de bancos de sangue de cordão umbilical é diverso dos bancos privados, que cobram em torno de R$ 5 mil pelo congelamento do material, mais uma taxa anual para manutenção. "Nós estamos propondo um objetivo que é aceito em todo o mundo como o ideal, no sentido de ajudar qualquer pessoa que precise realizar o transplante e não especificamente uma coleta direcionada para a própria criança (doadora)".
O material coletado pelo banco do Inca é armazenado em tanques com nitrogênio líquido. O custo por unidade congelada atinge nos bancos públicos entre R$ 100 e R$ 150. Esse custo não é, entretanto, arcado pelo doador. "No sistema público, nada é pago pela pessoa. Essa doação já é um benefício que ela está dando para os seus pares, para a população. Então, ela não paga absolutamente nada. Ela só faz um benefício para quem está precisando", destacou.
Bouzas afirmou que "quanto mais unidades existem congeladas, mais barata é a manutenção, porque o mesmo tanque e a mesma quantidade de nitrogênio que mantêm 1,5 mil unidades, mantêm uma unidade. Então, quanto mais unidades em um tanque, melhor", concluiu.