Horas trabalhadas da indústria sobem 1,51%, aponta CNI

Assim como as vendas na indústria se intensificaram no terceiro trimestre do ano, as horas trabalhadas na produção também tiveram um forte crescimento, de acordo com os indicadores industriais, divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Em entrevista concedida nesta segunda-feira, o economista da CNI Paulo Mol, informou que o crescimento das horas trabalhadas, no terceiro trimestre, foi de 1,51% em relação ao segundo trimestre deste ano, o que demonstra uma recuperação desse indicador. No segundo trimestre já havia ocorrido um avanço de 1,83%, na comparação com o primeiro trimestre, após três trimestres de queda consecutiva. O importante, na opinião de Mol, é que o indicador de horas trabalhadas, que sinaliza o ritmo da produção industrial tem crescido sem pressionar o uso da capacidade instalada da indústria de transformação.

Em termos dessazonalizados, a utilização da capacidade instalada ficou em 81,8% no terceiro trimestre, mostrando estabilidade em relação aos trimestres anteriores. No primeiro e no segundo trimestres deste ano, a utilização da capacidade instalada ficou em 81,6%. "A instabilidade na capacidade instalada dá uma sinalização de que houve maturação de investimentos e aumento da produtividade da indústria", avaliou Mol.

O emprego industrial apresentou avanço de 0,72% no terceiro trimestre, ante o segundo trimestre de 2006, descontando os efeitos sazonais. Conforme o economista, o indicador é a grande surpresa este ano, porque demonstrou expansão em oito dos nove primeiros meses de 2006. "O emprego industrial vem se expandindo a uma taxa média de 0,9% ao trimestre, ritmo que se aproxima de períodos de forte crescimento econômico", avaliou.

Segundo Mol, o crescimento dos indicadores industriais não é uma radiografia da indústria como um todo. Ele explicou que o avanço é muito heterogêneo. Enquanto vários setores têm apresentado crescimento, outros vem registrando queda nos indicadores. "O indicador médio esconde essa heterogeneidade da indústria brasileira", ressaltou.

Voltar ao topo