Heloísa Helena defende plano econômico mais moderado

Com discurso econômico contraditório e mais moderado em alguns pontos, a candidata da Frente de Esquerda (PSOL-PSTU-PCB) à Presidência, senadora Heloísa Helena (AL), surpreendeu ontem ao defender pontos combatidos por sua coligação, como manutenção da meta de inflação, pagamento da dívida pública e equilíbrio orçamentário. A parlamentar deixou clara, porém, sua oposição ao atual sistema de metas inflacionárias e prometeu reduzir os lucros dos especuladores com um corte pela metade nos juros, com o qual também pretende equilibrar o Orçamento. Heloísa condenou ainda o superávit primário (economia para pagar a dívida pública), prometeu auditar as privatizações e fazer plebiscitos para revê-las, além de pregar a revisão de contratos de concessão de serviços privatizados, que, disse fazem "extorsão" contra os brasileiros

"Temos um compromisso com essa meta", afirmou a senadora, durante sabatina promovida pelo jornal carioca "O Globo"." Vamos manter a meta. O nosso compromisso é com essa manutenção. E vamos estebelecer mecanismos conjuntos. Os Estados Unidos, a meca do capitalismo, faz isso, com um Banco Central muito mais independente." Segundo ela, é uma "farsa técnica" dizer que há relação entre a taxa de juros e a inflação no País. "A política de juros não está vinculada à meta de inflação", afirmou, em entrevista após o evento. "Está vinculada ao suposto crescimento saudável que o Comitê Monetário Nacional definiu (em tese, 3,5% do PIB, acima do qual haveria inflação). Isso não é Copom (Conselho de Política Monetária), é antes do Copom.

Dona de forte base no eleitorado de classe média, na qual há muitos pequenos investidores, a senadora garantiu que não haverá calote da dívida pública – apesar do programa de seu partido, o PSOL, defender que parte do débito não seja honrado. "Todo mundo vai ter toda a segurança do mundo de que irá receber", afirmou. " Agora, evidente que a norma vai mudar. Quem recebia um juro maior vai receber um juro menor." Ela também se declarou "completamente comprometida com o ajuste fiscal, a responsabilidade fiscal.

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