Heloisa Helena condena provocação entre PT e PSDB

A senadora Heloisa Helena (Psol-AL) passou um pito hoje em parlamentares do PT e do PSDB durante a sessão da CPI dos Correios que ouviu o ex-tesoureiro tucano Cláudio Mourão. "Essa tática do PT, que fica o tempo todo buscando a corrupção do passado para justificar a do presente, já não convence ninguém. E o PSDB fica caindo nesse jogo", disse ela.

Heloisa afirmou ainda que o governo atual seguiu o mesmo modelo de corrupção praticado durante o governo passado e atacou o deputado José Dirceu (PT-SP). "O Dirceu foi o maior quadro político produzido pelo PT. Veja no que se transformou. Vai ser cassado", disse Heloisa. Na defesa do PT, mas com críticas à CPI o deputado Jamil Murad (PC do B-SP) afirmou: "A CPI está se transformando num bombril, com 1001 utilidades para que os partidos se ataquem, para que adversários nos Estados se destruam".

Os primeiros a fazer a provocação, hoje, foram o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) e a senadora Ideli Salvati (PT-SC). Eles disseram que o modelo de corrupção que acabou por ser descoberto no governo do PT – de caixa 2 e distribuição de dinheiro para políticos – foi criado no governo tucano de Minas Gerais. Os parlamentares do PSDB, que haviam comparecido em peso com os senadores Tasso Jereissati (CE), Arthur Virgílio (AM) e Sérgio Guerra (PE) e com os deputados Alberto Goldman (SP) e Eduardo Paes (RJ), ficaram calados, aguardando sua hora.

Com a palavra, Eduardo Paes reagiu. Não fez perguntas a Cláudio Mourão. Aproveitou seus 15 minutos de tempo para provocar os petistas até se cansar. "Não pode a senadora Ideli, o deputado Abicalil, falarem em coincidência, em modelo. O empréstimo para o PSDB de Minas Gerais ocorreu durante a campanha eleitoral. Foi caixa 2. Os do PT foram em janeiro e setembro de 2003 e em fevereiro de 2004, quando não havia campanha nenhuma", disse ele. "Uma coisa é caixa 2, outra é corrupção".

Mais provocativo ainda, Arthur Virgílio apresentou requerimento de convocação dos tesoureiros das campanhas do PT em 11 Estados. Disse que enquanto Eduardo Azeredo declarou R$ 8 5 milhões em 1998, o candidato petista Patrus Ananias apresentou conta de R$ 750 mil para a mesma campanha. Mas, para ele, Patrus é um gastador, um esbanjador, porque na campanha de 2002 o petista Nilmário Miranda declarou somente R$ 500 mil de gastos.

O senador Tasso Jereissati não resistiu às provocações e disse que um amigo seu, espírita, recebeu uma mensagem de Paulo Cesar Farias, o PC, tesoureiro da campanha de Fernando Collor e personagem-base para o impeachment do ex-presidente. "O PC Farias quer a absolvição, porque ele só praticou caixa 2". Em seguida, fez menção ao episódio em que o petista cearense José Adalberto da Silva foi pego em São Paulo com U$ 100 mil na cueca. "Aquele dinheiro estava duplamente sujo. A Polícia Federal teve de tirar as cédulas com pinças", provocou Arthur Virgílio.

Jorge Bittar (PT-RJ) reagiu: "Em Minas, o caixa 2 foi de R$ 20 milhões. Não dava para carregar na cueca. Tiveram de utilizar carro-forte", reagiu.

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