Há um mês, partiu o educador e poeta Leopoldo Scherner

Reconhecido como santuário de virtudes, escritor sagrado para meditação e inspiração, fortaleza e pureza do amor, biblioteca de conhecimentos, próximo domingo, 27 de fevereiro, faz um mês que o professor Leopoldo Scherner mudou de residência. Vive plenamente na paz do céu. Sua bondade, elegância e competência serão eternamente do tamanho do universo. Sabia como ninguém sistematizar, conciliar e fundamentar conceitos, teorias e práticas. Reconhecia a escola como instituição educativa de formação integral, de convívio intenso entre mestres e discípulos e ambiente que proporciona bem-estar às pessoas e à comunidade. Era verdadeiro comandante que educava com amor envolto de arte, ciência, técnica, humildade e metodologia dinâmica e atualizada.
Por meio de sua capacidade de compreensão, sabedoria e abertura para o diálogo produtivo e conciliador, por onde passava Scherner proporcionava felicidade, amadurecimento e luz que iluminava a fé e a esperança. Sua sensibilidade de planejar o ser e o vir a ser fazia o aluno crescer, se realizar, dedicar mais esforços e prosperar. Quanto mais me lembro e avalio nossos dias de trabalho intenso um ao lado do outro durante décadas na PUCPR, mais aprendo, admiro e o respeito agora a distância.
Leopoldo ensinava que, para a criança e o jovem crescerem e serem felizes é preciso que haja pureza nas atitudes e exemplos dos pais, professores, religiosos – pureza no sentido de autenticidade de valores, ensinamentos e horizontes. Dizia que quem cria e educa preocupa-se em comunicar a verdade, viver a co-responsabilidade, estimular a criatividade.  Coerência, convivência e clareza enriquecem mentes, aperfeiçoam hábitos e visualizam o melhor caminho seguro a seguir.
Nascido em 1919, o educador, poeta e escritor Leopoldo Scherner completaria 92 anos de vida próximo dia 22 de julho. Até à véspera de sua morte, ainda em atividade, o educador Scherner enobrecia com seus ideais, lições, otimismo e obras. Era por inteiro compreensão e clareza, coerência e experiência, parceiro e colaborador, envolvimento e entusiasmo, premiação e enriquecimento, motivação e coragem, ciência e fé, paz e bem. Gostava de trabalhar, estudar e ensinar a verdade.
Dedicava atenção especial à família e amigos. Passeava, sorria, cultivava amizades, vivia em harmonia com Deus, a evolução, a natureza e os seres humanos.
Mais ainda, harmonizava e conciliava sabedoria humana e bondade divina, caminhos da verdade e transcendência. Vivia a plenitude do amor nas palavras, nas obras, nos livros e artigos que escrevia e publicava, nos costumes e nas atitudes cotidianas. Será sempre luz, sal e fermento. Encorajava o jovem a se aperfeiçoar continuamente.
Conquistou a santidade pelos testemunhos, trabalho e caridade.
Suportou dor profunda da ingratidão. Sofreu muito com a demissão às vésperas de completar 50 anos de atividades docentes e administrativas na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Está recebendo de Deus as recompensas por tudo o que fez e sofreu.
Pedro Antônio Bernardi é jornalista, economista e professor, consultor
e assessor de comunicação social, palestrante, autor do livro Palavra
amiga. pedro.professor@gmail.com

N.E.- O Professor Leopoldo Scherner assinou em companhia de Albino de Brito Freire, membro da Academia Paranaense de Letras, a coluna dominical Nossa Língua, Nossa Pátria, no jornal O Estado do Paraná, até a Quingentésima sétima edição.

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