Gushiken quer regresso do PT à coordenação política

O chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República, Luiz Gushiken, defendeu hoje, no Rio, a volta do PT à negociação política com o Congresso. Sem citar o nome do chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo, Gushiken admitiu que trabalha pela substituição dele por um nome petista, tendo em vista a necessidade de melhorar o relacionamento do governo com o Legislativo em 2006, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentará a reeleição.

"É razoável e conveniente que, neste momento, tenhamos no papel da articulação política a representação do partido majoritário, que é o PT. Seria uma coisa mais normal", disse. O chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República recebeu um prêmio da Associação Brasileira de Propaganda (ABP).

Gushiken evitou criticar Rebelo e não confirmou os rumores de que ele teria pedido demissão a Lula. "Não há nenhuma crítica a qualquer ministro que seja, mas o pleito do PT, no que diz respeito a uma representação como partido majoritário na articulação política, me parece razoável e correto", afirmou.

Ele admitiu que a idéia foi compartilhada com outros caciques petistas, num café da manhã na casa do chefe da Casa Civil, José Dirceu, na sexta-feira (06). Estavam presentes o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, o presidente nacional do partido, José Genoino, e o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Segundo Gushiken, o encontro tinha como objetivo analisar o cenário político atual. Nas conversas, o desejo de retomar a articulação política surgiu diante do das perspectivas do ano eleitoral. Segundo o chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência, não foram discutidos prazos para a mudança na pasta. Mas Gushiken afirmou que facilitaria o entendimento da administração federal com o Congresso no período delicado das eleições.

Sobre a volta de Dirceu à tarefa das relações políticas, o chefe da Secretaria de Governo e Gestão Estratégica limitou-se a repetir que essa é uma decisão é do presidente. Gushiken disse não saber o que Lula pensa sobre o assunto, mas garantiu que Genoino levará a reivindicação da legenda ao Poder Executivo nos próximos dias.

Escolhido como Personalidade do Ano do Prêmio Comunicação 2004, concedido pela ABP, Gushiken admitiu que existe uma exposição exagerada da imagem do presidente, mas atribuiu isso aos meios de comunicação. "De fato, há uma superexposição do presidente, mas é a mídia que o superexpõe. Não é culpa do presidente. Várias vezes, eu conversei sobre isso com ele, que respondeu: ‘A culpa não é minha, tenho de trabalhar’", declarou, esclarecendo que essa não é uma questão de Lula nem do Executivo, mas dos veículos e do interesse que manifestam pelas ações dele.

O chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão atribuiu a homenagem da ABP à profissionalização da gestão na pasta e à campanha "O melhor do Brasil é o brasileiro", veiculada na TV com o apoio de empresários. Gushiken prometeu que convidará empresas para participar da segunda fase da campanha e de outras iniciativas de comunicação, no que chamou de "participação público-privada (PPP)" da área.

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