Guido Mantega mantém projeção de alta de 4% para o PIB

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou nesta sexta-feira (22) a previsão de que o PIB brasileiro crescerá 4% em 2006. Ele lembrou que em agosto, segundo o IBGE, foram criadas 226 mil novas vagas de trabalho em relação a julho. "Isso anualizado significa que estamos gerando 2,5 milhões de empregos em 2006", afirmou. "Não entendo como a economia que não esteja crescendo geraria 226 mil novos empregos em um mês", completou.

Ele citou também que o consumo varejista cresceu 5% de janeiro a julho e que a construção civil teve expansão de 10% nos últimos 12 meses. "É claro que isso não é homogêneo", afirmou, citando que setores como têxtil e vestuário e de venda de lubrificantes tiveram queda. "Mas o setores que puxam a economia estão indo bem", disse. Entre esses, citou a siderurgia, papel e celulose, construção civil e automóveis.

Mantega lembrou também que o investimento cresceu 9,8% em julho ante o mesmo mês do ano passado. Segundo o ministro, está havendo uma consolidação do mercado interno, que está crescendo devido ao bom comportamento do emprego e da massa salarial. O ministro acredita que mesmo que a economia mundial venha a se desaquecer, prejudicando o ritmo de crescimento das exportações brasileiras, "esse crescimento menor será compensado pelo crescimento do mercado interno".

Eleições

Para Mantega, é natural, na reta final de uma campanha política, que os ânimos fiquem mais acirrados, "mas, terminada a eleição, haverá pacificação". Segundo ele, após a conclusão das eleições, caso o presidente Lula seja reeleito, haverá condições de prosseguir em reformas como a tributária, que é, segundo ele, consensual e uma reivindicação de toda a sociedade brasileira.

"Temos uma aliança ampla no País em torno da reforma tributária. Terminado o pleito, a disputa termina. Teremos parlamentares que irão se unir em torno de questões que são consensuais, como melhorias na questão tributária".

Mantega minimizou, durante toda a entrevista concedida esta tarde no Rio, a crise política gerada pelo episódio de negociação de dossiê por integrantes do PT e seus efeitos na economia. "A campanha eleitoral não mexe com o econômico", disse o ministro, que afirmou ter ouvido de investidores, na reunião desta semana em Cingapura, a confirmação da "confiança plena" no Brasil.

O ministro destacou também o "distanciamento" do presidente Lula no episódio do dossiê e argumentou que o candidato à reeleição só teria a perder com o episódio. "É um episódio pequeno, com dois ou três envolvidos, que já foi super explorado politicamente", afirmou.

Mantega disse ainda que "estou aqui como guardião da solidez da economia brasileira, aconteça o que acontecer na esfera política".

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