Guarani derrota o Palmeiras por 1 a 0 em Campinas

Campinas, 28 (AE) – “Vamos jogar sério!” é a frase que Estevam Soares mais tem repetido nos últimos jogos do Palmeiras. Nesta quarta-feira, não foi diferente. O treinador, irritado com o excesso de “firulas” de seu time, saiu rouco de campo, como de costume. Chamou a atenção de seus jogadores inúmeras vezes. Mas isso de nada adiantou. O Palmeiras perdeu para o Guarani por 1 a 0 em Campinas e caiu para o quinto lugar, com 31 pontos. A equipe de Campinas saiu da zona de rebaixamento.

O próximo jogo do time do Palestra Itália é domingo, contra o Flamengo, em Volta Redonda (RJ). Líder do Brasileiro há três rodadas, agora é o quinto colocado. Dos últimos 18 pontos disputados, o Palmeiras ganhou apenas seis.

A derrota desta quarta esquentou o clima no Palmeiras. A torcida chamou o técnico Estevam Soares de “burro” quando ele sacou Correia para colocar Júlio César. E o jogador mostrou que não ficou nada contente de jogar fora de sua posição. “Já cansei de falar que não gosto de jogar na lateral. Depois, o negócio estourou em cima de mim.”

Quando Pedrinho chiou por ter sido sacado no jogo contra o Botafogo, o técnico o ‘enquadrou’ e a diretoria o multo. Resta saber se o mesmo vai acontecer com Correia.

O jogo todo, no geral, foi sofrível. Principalmente o primeiro tempo. Confusos taticamente, os dois times bateram cabeça. E apanharam da bola. O campo não era bom e muitos foram os lances grotescos ? furadas, ajeitadas de canela e escorregões patéticos apareceram em maior número do que simples chutes a gol. O Palmeiras, por exemplo, não acertou uma finalização na primeira etapa inteira.

A melhor chance foi do Guarani. No último minuto, Patrick cruzou da esquerda e Luiz Fernando, livre, cabeceou para fora.

O segundo tempo começou com um lance parecido. Aos seis minutos, em novo cruzamento, desta vez da direita, Luiz Fernando novamente livre, cabeceou. A bola foi no ângulo esquerdo de Sérgio, que mandou para escanteio.

Na seqüência desse lance, saiu o gol do Guarani: o próprio Luiz Fernando recebeu na entrada da área, tirou Nen e Magrão com um corte “seco” e bateu forte, no canto esquerdo. Sérgio, desta vez, nada pôde fazer ? só olhou a bola entrar.

Imediatamente após o gol, Estevam Soares colocou Baiano em campo. Não por opção tática, mas sim por necessidade: Magrão se machucou e precisou ser substituído.

A entrada de um lateral-direito “de ofício” serviria para Estevam consertar o erro inicial: escalou um 3-5-2 com Correia na ala direita. Detalhe: havia treinado na véspera com Elson naquela posição e Correia já havia dito várias vezes que não gosta de jogar pela lateral.

O próprio Correia acabou substituído depois, pelo jovem Júlio César. Kahê também saiu do banco para entrar no lugar de Rafael Marques.

Nenhuma dessas alterações surtiu efeito. O Palmeiras era um time perdido em campo. Os armadores não trabalhavam e os atacantes ? um Rafael Marques que ficou mais tempo longe da área do que dentro dela e um estreante Renaldo apagadíssimo ? não conseguiam segurar a bola na frente.

O jogo seguiu sem muitas chances de gol. Harison, após passe errado de Correia, quase ampliou para o Guarani aos 14, mas chutou para fora. O Palmeiras só respondeu com uma cobrança de falta de Baiano, aos 20. Jean espalmou.

Esse chute de longe, num lance de bola parada, foi o único perigo que o Palmeiras representou para o goleiro Jean. De resto o camisa 1 do Guarani foi um mero espectador da partida. O ataque palmeirense era inofensivo.

Para o jogo de domingo, o Palmeiras não terá Pedrinho, que recebeu nesta quarta o terceiro cartão amarelo e cumprirá suspensão. Antes de encarar o Flamengo, o time passará três dias em Mogi das Cruzes, treinando num hotel de luxo. E tentando reencontrar o rumo no campeonato.

Voltar ao topo