Grileiros derrubam milhares de hectares de floresta no Xingu

Uma equipe de técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com o apoio de homens do Exército e da Polícia Federal, está na região do Alto Xingu, no sudoeste do Pará, para combater o desmatamento ilegal e as queimadas. Os responsáveis são madeireiros e grileiros de terra, que invadiram a região para expulsar antigos moradores e se apossar das terras. Cerca de 10 mil hectares de floresta já teriam sido derrubados nos últimos dias e o que sobrou está sendo queimado.

O fogo e o barulho dos tratores e motosserras afugentam os animais para áreas de mata densa, mas eles também correm perigo, pois as frentes de devastação avançam rapidamente. O delegado de Meio Ambiente do Pará, Marcos Lemos, que está na região desde o começo da semana, disse que o apoio de órgãos federais é fundamental para combater os criminosos.

Lemos tomou conhecimento de que moradores muito antigos de pequenas comunidades às margens de rios e igarapés estão sendo expulsas por homens armados. Os pistoleiros afirmam que as terras têm novos donos e ameaçam de morte quem insiste em ficar.

Vigilância

O chefe do Ibama em Altamira, Elielson Soares, informou que o órgão deslocou trinta agentes para identificar os responsáveis pelos crimes ambientais, lavrar multas contra os infratores e outras provas para futuras ações penais. Para marcar a presença do poder público onde o ataque à floresta é cada vez maior, os órgãos estaduais e federais decidiram implantar duas bases de vigilância na região.

Uma delas ficará na localidade conhecida por Riozinho do Anfrísio, entre os rios Xingu e Iriri. Os moradores querem que o local seja transformado em reserva extrativista. As empresas Amazônia Ecológico e Incenxil, esta do grupo CR Almeida, se dizem proprietárias de terras na região. Elas alegam que suas áreas também estão sendo desmatadas e griladas.

O Estado do Pará está processando o grupo CR Almeida na Justiça, que é acusado de grilar 7 milhões de hectares de seu território entre os municípios de Altamira e Novo Progresso. Um outro processo contra o mesmo grupo, movido pelo Ministério Público Federal, tramita na Justiça Federal de Santarém.

Voltar ao topo