Greve de fiscais agropecuários pode passar dos 7 dias previstos pela categoria

Os fiscais agropecuários federais podem estender o movimento além dos sete dias de paralisação previstos pela categoria, em greve desde a última segunda-feira (7). Segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), Wilson Roberto de Sá, a falta de sinalização por parte do Ministério do Planejamento pode levar os fiscais de todo o país a prolongar o movimento.

"Anunciamos uma greve de sete dias. Portanto, dia 14, seria o último dia da paralisação. Mas, se não houver sinalização alguma até amanhã (10), vamos começar a fazer consultas nos estados para saber a opinião da categoria sobre a continuidade da greve", disse Sá. Ele informou que está garantido o efetivo de 30% da categoria em atividades como emergências sanitárias, cadastro e fiscalização do trânsito de animais, e fiscalização de alimentos perecíveis em portos e aeroportos.

Dos 2.700 fiscais efetivos, 810 estão trabalhando. As atividades que não pararam foram a fiscalização sanitária em Mato Grosso do Sul e no Paraná, por causa dos focos de febre aftosa; além de fiscalização de bagagens nos portos e aeroportos para controle da entrada do mal da vaca-louca, influenza aviária e peste suína africana; inspeção nas cooperativas de leite; e, em alguns casos, inspeção de mercadorias embaladas em madeira, que podem trazer o besouro chinês, praga exótica no Brasil.

A Anffa já cumpriu 84 mandados de segurança para execução de atividades de fiscalização e inspeção. A maioria foi impetrada por donos de frigoríficos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A paralisação dos fiscais agropecuários federais já provoca prejuízos em vários pontos do país. Sá deu o exemplo de uma granja de Cascavel (PR), que pode ter perdas de R$ 800 mil por dia quando estiver com o estoque saturado. "É um estabelecimento que abate 150 mil aves por dia. Quando retornarem à atividades, ainda se registrarão perdas de R$ 200 mil diários como reflexo da paralisação", calcula o vice-presidente da Anffa.

Entre as reivindicações da categoria estão o descontigenciamento de recursos para o Ministério da Agricultura em 2005 e 2006, realização de concurso público para o cargo de fiscal agropecuário federal, criação de uma escola superior para treinamento dos fiscais, além de readequação do salário da carreira. A categoria tem 13 níveis, cuja remuneração vai de R$ 2.800 a R$ 4.021. A Anffa pede que o piso seja elevado para R$ 4.140 e a remuneração do último nível passe para R$ 5.900.

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