Greenpeace alerta para o perigo do milho

O Greenpeace enviou esta semana, para a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), dois documentos sobre os potenciais impactos do milho transgênico resistente ao agrotóxico glufosinato de amônio, conhecido comercialmente como Liberty Link. Atualmente, o processo de liberação comercial deste milho geneticamente modificado, patenteado pela Bayer CropScience, está na pauta da próxima reunião da comissão agendada para os dias 22 e 23 de novembro.

Um dos documentos enviados pelo Greenpeace à CTNBio é um relatório publicado em outubro de 2006 pelo Ministério da Saúde da Áustria, onde o milho Liberty Link está proibido desde 1999. O outro documento é um relatório produzido em 2001 pela ONG Amigos da Terra no Reino Unido. Na época, a liberação comercial do mesmo milho resistente ao glufosinato de amônio havia sido pedida naquele país e acabou sendo retirada pela própria empresa.

De acordo com os documentos enviados, a quantidade de resíduo de agrotóxico no milho transgênico é muito maior do que a do milho convencional e pode trazer sérios riscos para a saúde humana, como náuseas, diarréias, nascimento de fetos prematuros e até aborto. Além disso, os documentos apontam para o risco de aparecimento de ervas daninhas resistentes ao agrotóxico e a possibilidade de contaminação de lavouras convencionais por milho transgênico.

?Estamos pedindo que a CTNBio e o governo brasileiro levem em consideração as evidências apresentadas e sigam o Princípio da Precaução?, disse Ventura Barbeiro, da campanha de engenharia genética do Greenpeace Brasil. ?O que está em jogo é a saúde do povo brasileiro, a segurança de nosso meio ambiente e a agricultura familiar. O governo não pode permitir que nos usem como cobaia. O milho transgênico que está em pauta não pode ser aprovado?, completou.

Ausência de documentos

A ONG Terra de Direitos solicitou recentemente à CTNBio uma cópia do processo de liberação comercial do milho transgênico da Bayer, resistente ao glufosinato de amônio. No entanto, no pacote recebido, o qual o Greenpeace teve acesso, estão faltando 45 páginas. De acordo com a carta de encaminhamento que antecede as páginas ausentes, estão faltando três documentos referentes à quantidade de agrotóxico que chegará à mesa dos consumidores brasileiros. 

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