Gravuras em metal e instalação nas salas do Museu da Gravura

O Museu da Gravura, um dos espaços da Fundação Cultural de Curitiba, inaugura nesta quinta-feira (18), às 19h, duas exposições com diferentes linguagens artísticas. A artista plástica paulistana Eliana Borges apresenta a instalação CARTO+GRAFIAs. Em outra sala, o gravador curitibano Maikel da Maia responde pela mostra "Clarices", reunindo 70 gravuras em metal. As exposições permanecem abertas ao público até 02 de outubro, com entrada franca.

A instalação de Eliana Borges convida à reflexão e reclama atenção para o individual. A artista, que mantém o processo criativo coerente com a poética de suas últimas mostras, coloca nesse trabalho suas inquietações e questionamentos sobre as relações humanas. "É a construção de um memorial, onde as pessoas estão vivas no jogo social", destaca a pesquisadora Isabel de Castro, na análise da obra.

Em meio a dezenas de ampliações fotográficas, plotagens, bússolas emolduradas, mapas e colagens, Eliana lança ao espectador a pergunta "como estar no mundo?". Na instalação, a artista faz uma referência simbólica à medicina chinesa, na qual o estímulo de pontos essenciais do corpo humano com agulhas de aço inox leva ao equilíbrio do organismo. "Nesse trabalho, e em sua pesquisa e trabalhos anteriores, Eliana parece nos perguntar qual a possibilidade de fugirmos de nossa exausta e complexa precariedade corpórea", diz o poeta, professor e escritor Manoel Ricardo de Lima, no texto "O corpo como mapa de si mesmo o corpo como casa".

Nascida em São Paulo (SP), Eliana Borges vive em Curitiba desde 1989. É autora dos livros "Arteiros" (1998), de fotografias, e "Tortografia" (2003), de poesia e artes plásticas, em parceria com Ricardo Corona. Foi editora de arte da revista de poesia e arte "Medusa" e atualmente trabalha como fotógrafa, designer gráfica e editora da revista de arte "Oroboro". Como artista plástica, Eliana realiza exposições individuais e coletivas desde 1989, com participações em vários salões.

Imagem feminina

Os trabalhos de Maikel da Maia, reunidos na exposição "Clarices", apontam para a imagem feminina. Nas 70 gravuras em metal que compõem a primeira mostra individual do artista, estão mulheres identificadas entre formas, vestes, estruturas, acessórios femininos e fragmentação de corpos. "Quem são estas clarices? Elas habitam seus corpos, seus fragmentos, seus trapos, seus lugares no mundo?", indaga José Roberto da Silva, na apresentação da mostra. "Podem se encontrar nuas ou descarnadas, para que sejam revestidas então das memórias de outros e de outras."

Para Maikel, "a lembrança é um exercício da memória, elaborado ao observar as gravuras, ao querer montar e remontar o corpo ou apagar as impressões sobrepostas". Freqüentador do Ateliê de Gravura em Metal do Centro Cultural Solar do Barão, Maikel cursa Licenciatura em Artes Visuais na Faculdade de Artes do Paraná. Nascido em Curitiba, em 1983, o artista já participou de várias coletivas e salões paranaenses de arte, com trabalhos em gravura e desenho.

Serviço
Museu da Gravura Cidade de Curitiba
(Centro Cultural Solar do Barão ? Rua Carlos Cavalcanti, 533 ? Centro)
CARTO+GRAFIAs ? com instalação de Eliana Borges
"Clarices" ? com gravuras em metal de Maikel da Maia
De 18 de agosto (abertura às 19h) a 02 de outubro de 2005
Horário de visitas: de terça a sexta-feira, das 9h às 18h; sábados e domingos, das 12h às 18h
Entrada franca

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