Brasília ? Os indicadores da Sondagem Industrial divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam duas realidades distintas entre as grandes e as pequenas e médias empresas do país no primeiro trimestre. Enquanto as grandes empresas apresentam um leve crescimento da produção e mantiveram estáveis o faturamento e o emprego no inicio do ano, em comparação ao quarto trimestre de 2005, as pequenas e médias empresas registraram queda na produção faturamento e número de empregados em relação mesmo período.
De acordo com gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, o economista Carlos Castelo Branco, os principais problemas enfrentados pelo grupo das pequenas e médias empresas foram a elevada carga tributária, comum às grandes empresas, e a ausência de demanda ou competição acirrada do mercado interno. Enquanto as exportações impulsionaram as grandes empresas.
"Na verdade, o primeiro trimestre do ano normalmente é de acomodação, porque a demanda é mais forte no último trimestre (devido ao aquecimento da produção para às festas de final de ano). As pequenas empresas estão nesse cenário de acomodação, mas as grandes empresas mostraram crescimento no período", explicou.
Entre as grandes empresas, de acordo como levantamento, o indicador de evolução da produção foi de 51,6 pontos no primeiro trimestre. Nos cinco primeiros anos da década, o indicador médio para o período foi de 49,2 pontos. Em contrapartida, entre as pequenas e médias empresas o mesmo índice foi de 42,9 pontos enquanto o padrão dos últimos anos foi de 44,0 pontos. (O indicador pode variar entre 0 e 100 pontos. Valores superiores a 50 pontos indicam aumento da produção e abaixo, recuo).
A pesquisa também apontou que houve diminuição para 71% da capacidade instalada no primeiro trimestre do ano. No três últimos meses de 2005, esse indicador era de 75%. Como, nas grandes empresas, houve crescimento da produção nos últimos quatro meses e redução da capacidade instalada, isso significa que foram feitos investimentos de expansão e modernização. Ainda há margem para crescimento da produção ao longo de 2006, segundo a CNI.