Governo reduz área interdita por suspeita de aftosa no Paraná

  Arquivo / O Estado
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Ficou acertado que o Paraná enviará ao Ministério da Agricultura um relatório técnico com informações sobre as medidas de vigilância sanitária adotadas.

Brasília (AE) – O governo federal decidiu hoje reduzir a área interditada devido a suspeitas de febre aftosa no Paraná. Depois de cinco horas de reunião entre técnicos do Ministério da Agricultura e da Secretaria de Agricultura do Estado, o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel, afirmou que a restrição ficará limitada a um raio de 10 quilômetros a partir das fazendas onde há suspeita de focos da doença. "A redução é muito significativa e fica numa área bastante restrita", disse o secretário, sem citar o número de municípios que ficarão interditados.

Por causa de suspeitas de aftosa, até hoje não confirmadas em exames laboratoriais, foram interditados os municípios paranaenses de Loanda, Amaporã, Maringá e Grandes Rios, onde há animais com sintomas, e todas as cidades que fazem limite com ele, num total de 36. Por fazer parte da área de restrição sanitária, os produtores que estão nesses municípios foram impedidos de comercializar animais vivos, leite e subprodutos.

Hoje, ficou acertado que o Paraná enviará ao Ministério da Agricultura um relatório técnico com informações sobre as medidas de vigilância sanitária adotadas. Esse relatório deve ser encaminhado ao governo federal em até 48 horas, garantiu o diretor de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura do Paraná, Felisberto Queiroz Baptista. Com o abrandamento anunciado hoje, municípios de grande extensão territorial, como Maringá por exemplo, não terão toda a sua área interditada, ressaltou Batista.

Maciel lembrou que novas amostras colhidas em animais com suspeita da doença estão sendo analisadas em laboratórios para descartar ou confirmar as suspeitas de aftosa no Paraná. Esses resultados devem ficar prontos em até oito dias. A possibilidade de presença da aftosa no Estado está sendo investigada pelo Ministério da Agricultura desde o dia 20 de outubro, mas até agora os exames deram negativo para a doença. De acordo com o secretário, o governo federal ainda não trabalha com a hipótese de diagnóstico conclusivo negativo para a suspeita, apesar de técnicos paranaenses terem enfatizado que não há doença no rebanho local.

Ontem (15), o ministro Roberto Rodrigues cobrou uma posição definitiva dos técnicos sobre o assunto. Ele desabafou, dizendo que "não agüenta mais essa conversa", referindo-se às dúvidas quanto à existência da aftosa no Paraná, e afirmou não desejar que a incerteza de arraste por mais uma semana. "O ministro falou o que a gente deseja, mas temos que trabalhar no sentido técnico para que a gente não tome medidas precipitadas", afirmou Maciel.

O secretário ressaltou que "o governo não está preocupado com a questão do tempo, mas sim com a qualidade dos resultados". Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) cobrou do governo brasileiro explicações sobre a situação do Paraná. A secretaria encaminhou um relatório com informações sanitárias ao organismo internacional. Para ele, não houve precipitação do ministério em anunciar a possibilidade de aftosa no Paraná. "A gente tem que trabalhar de forma preventiva", afirmou o secretário.

No Mato Grosso do Sul, onde foram confirmados 22 focos da doença, o número de animais abatidos subiu para 9.198, sendo 8.977 bovinos, 117 ovinos e 104 suínos. Os abates foram feitos em 32 propriedades e devem somar, no total, 20 mil animais, de acordo com o Ministério da Agricultura. Até o dia 30 de novembro os pecuaristas do Mato Grosso do Sul precisam vacinar seus rebanhos contra a doença. O rebanho do Estado é estimado em 24 189 milhões de cabeças.

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