Governo negocia com mais duas concessionárias

O governo do Estado abriu, oficialmente negociações com mais duas concessionárias para uma redução nos custos da tarifa do pedágio. O secretário dos Transportes, Waldyr Pugliesi, confirmou que as conversas começaram anteontem e ontem com a Rodonorte e a Rodovia das Cataratas. E novas rodadas de negociações estão marcadas para a próxima semana.

Uma das propostas em análise apresentada pela Rodovia das Cataratas é a diminuição do valor da tarifa para o transporte de soja das co-operativas. Na avaliação do secretário, há chances de se chegar a um entendimento, a exemplo do que foi fechado com a Caminhos do Paraná, que concordou em reduzir em 30% o valor da tarifa em troca da redução das obras contratuais. Até a conclusão do acordo, foram mais de cinquenta reuniões, salientou o secretário.

O acordo com a Caminhos do Paraná inaugurou o modelo que o governador Roberto Requião (PMDB) batizou de pedágio de manutenção. O governo abre mãos dos investimentos mais altos, como duplicação de rodovias, e a empresa fica encarregada apenas das obras de conservação de estradas.

Fim do prazo

Ontem, terminou o prazo para que as empresas remetessem ao DER (Departamento Estadual de Estradas e Rodagem) as explicações sobre supostas irregularidades apontadas pelas auditorias realizadas nas concessionárias. O assessor jurídico Pedro Henrique Xavier explicou que a análise das justificativas deve ser concluída em uma semana.

A próxima etapa seria a abertura dos chamados processos de caducidade dos contratos nos casos em que as justificativas não convencerem e não houver a correção dos problema. De acordo com o assessor jurídico, no processo as empresas terão a oportunidade de se defender das acusações. Os acordos sobre tarifas que vierem a ser firmados com o governo já incluirão as correções das possíveis infrações, explicou o assessor jurídico.

Pedágio em trecho da BR-476 agrada a Lapa

O prefeito da Lapa, Paulo Furiati (PMDB), e a comunidade do município receberam bem a notícia de que a BR-476 será pedagiada no trecho até a cidade histórica. Na quarta-feira o governo do Estado firmou acordo com a concessionária Caminhos do Paraná para a liberação da cobrança no trecho. Em contrapartida aconteceu uma redução geral nas tarifas de pedágio cobradas pela concessionária.

Para Furiati, a Lapa ganhará muito com a estrada boa e com um pedágio num preço justo. Ele espera que com isso surjam novos investimentos na cidade. “Não existe cidade turística sem acesso bom. A Lapa está em festa com esta solução que atendeu o compromisso político do governador e conseguiu fazer com que seja cobrado um preço justo”, destacou.

Para o presidente da Comissão Pró-BR-476, Rubens José Stelmak, o pedágio é a única solução para a rodovia. A posição do movimento inicialmente é contra a cobrança, mas ao longo de vários anos de luta, ele relatou que única alternativa que sobrou foi aceitar a cobrança em troca das melhorias na estrada. “Embora eu não concorde com o pedágio, acho que em vista do que era a rodovia vale a pena pagar este preço, que considero dentro do razoável”, revelou.

A Caminhos do Paraná já iniciou a recontratação de 50 funcionários que trabalhariam no pedágio, foram demitidos e agora retornarão. A cobrança da tarifa começará no próximo dia 8. O preço para cada veículo de passeio será de R$ 3,20 e de R$ 3,00 por eixo de caminhão.

DER esclarece dúvidas sobre investimentos

O diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Rogério Tizzot, afirmou ontem que o presidente da ABCR, João Chiminazo Neto, mais uma vez, tenta confundir a opinião pública, usando o argumento da ausência nos investimentos em infra-estrutura pela concessionária Caminhos do Paraná, depois do acordo que reduziu as tarifas nas cinco praças de pedágio em 30%. “A alegação de que a empresa deixará de investir soa tão falso quanto a liminar que a Ecovia garantia que tinha e que assegurava o reajuste nas tarifas em 31%”, reage.

O diretor do DER questiona, inclusive, o valor de R$ 613 milhões que hipoteticamente deixariam de ser investidos no trecho concessionado para a Caminhos do Paraná. Para ele, esse pode ser um valor superestimado por obras fictícias, que não aconteceram e que certamente não aconteceriam, e que teoricamente deveriam acontecer até 2021. “Como podem prever investimentos num espaço tão longo de tempo?”, questiona Tizzot, ao afirmar que não sabe quem teria informado esse valor já que nem o DER, nem a Secretaria dos Transportes e nem a concessionária informaram sobre isso.

“A verdade é que as concessionárias cobram tarifas extorsivas, prejudicando a economia do Estado. Estamos seguindo rigorosamente a determinação do governador Requião, que é acabar com essa farsa”, completou Tizzot.

Manutenção

Tizzot explicou que a concessionária vai continuar mantendo os serviços para garantir qualidade de tráfego na rodovia.

Voltar ao topo