Governo não quis carregar culpa, diz d.Cappio

A preocupação do governo federal com sua imagem internacional e nacional foi o principal fator para a pressa nas negociações que encerraram, ontem à tarde, a greve de fome do bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, 59 anos. "O governo Lula não queria ter de levar para o resto da história o fato de ter sido responsável pela morte de um bispo", afirmou d.Cappio em entrevista hoje pela manhã, na casa das freiras da ordem Santa Elisabete, em Cabrobó, sertão pernambucano, a 600 quilômetros do Recife. Ele passou 11 dias em jejum e se dispunha a ir até à morte pela revitalização do Rio São Francisco e contra o projeto de transposição do governo.

Ele considerou o acordo com o governo uma conquista e afirmou que a presença do Núncio Apostólico, Lourenço Baldisseri em Cabrobó, deu respeitabilidade à negociação. Ontem à noite o frei tomou soro, no hospital local, e hoje às 8h25 bebeu água de côco, o primeiro alimento ingerido depois de 12 dias. Ele só se alimentava da água do São Francisco e estava instalado na capela São Sebastião, no sítio Bela Vista, a quatro quilômetros do centro de Cabrobó.

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