Governo melhora proposta para acabar com greve no Banco Central

O governo apresentou hoje aos funcionários do Banco Central (BC), em greve por tempo indeterminado desde a segunda-feira, uma nova proposta de parcelamento de um reajuste salarial médio da ordem de 23%. “Houve um avanço na proposta do governo”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal) em Brasília, Paulo Calovi. Pela nova proposta, o pagamento do aumento seria feito em três parcelas e não mais em quatro.

“Seriam pagos 30% dos recursos destinado ao aumento em setembro, 20% em abril do próximo ano e 50% em junho”, disse Calovi, após participar de uma longa reunião com representantes do Ministério do Planejamento, da Casa Civil e do Ministério da Fazenda. Pela proposta anterior, o pagamento do aumento só seria finalizado em outubro de 2005. Os vários departamentos do BC trabalharam em regime de plantão hoje.

Mesmo assim, o Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin) não conseguiu divulgar o valor das reservas de sexta-feira e segunda-feira e ainda atrasou a divulgação da ptax (taxa média dos contratos de câmbio fechados em mercado usada na liquidação de negócios).

A distribuição de notas e moedas não está comprometida com o funcionamento precário do Departamento do Meio Circulante (Mecir), responsável pela distribuição de dinheiro aos bancos, pois o Banco do Brasil (BB) assumiu esse papel e já tem o volume de papel-moeda necessário para atender à demanda das instituições financeiras.

O governo, segundo o relato do sindicalista, também se dispôs a aumentar de R$ 165 milhões para R$ 175 milhões a dotação orçamentária necessária ao pagamento do reajuste. Apesar de reconhecer o avanço, o presidente do Sinal em Brasília disse temer que a proposta seja rejeitada em assembléia a ser realizada amanhã. “Pelas conversas que já tive, a reação não foi muito favorável”, disse.

A adesão ao movimento grevista hoje em Brasília, segundo Calovi, passou dos 90%. “Houve uma adesão maior hoje”, disse o sindicalista, ao lembrar que no primeiro dia a participação estava em 85% em Brasília. O BC, por sua vez, informou que o porcentual de adesão continuou nos mesmos 85% de ontem

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