“Governo Lula parou o Brasil”, diz Alckmin

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, imprimiu um tom mais agressivo ao seu discurso neste domingo (03), durante corpo-a-corpo numa feira livre de Sorocaba, no interior de São Paulo. Ele disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu concorrente do PT, "parou o Brasil". "O Lula diz que o Brasil não tem pressa, talvez não para ele, aí, passeando de aerolula (o avião presidencial), mas o povo tem pressa", disse "O País não pode ficar parado", completou.

Para Alckmin, "todo brasileiro está preocupado porque, "no governo do PT de Lula, os investimentos caíram 49%. Sem investimento não tem emprego." Segundo ele, enquanto o mundo cresceu forte nos últimos 4 anos, no Brasil o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de apenas 0,5%.

O candidato tucano disse que País corre o risco de enfrentar problemas de infra-estrutura por falta de investimentos. "Não tem uma obra de geração de energia, mas o governo aumentou os impostos e sinaliza com mais aumentos no ano que vem", ressalto.

Alckmin disse que está confiante no segundo turno, pois acredita que é um "dever" do eleitor combater a corrupção. "O Lula foge do contraditório, ele quer fazer monólogo, mas no segundo turno não tem como fugir do debate", acusou. Lembrou que todas as pesquisas apontam seu crescimento, mas não mudará o tom da campanha na reta final, que será de propostas: melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS), a educação e investir para gerar empregos. "No segundo turno, é um plebiscito e o eleitor diz quem ele não que. Por isso, o desespero do PT", afirmou.

Questionado sobre o suposto envolvimento do senador tucano Antero Paes de Barros (MT) com a máfia das sanguessugas – teria apresentado emendas para compra de ambulâncias -, disse que cabe a ele explicar. "Uma coisa é apresentar emendas, outra é corrupção." Também defendeu a apuração das evidências do mensalão, descobertas pela Polícia Federal durante as investigações da Operação Vampiro. "Mensalão é uma coisa autoritária, é a submissão do Legislativo pelo Executivo. O que a gente verifica é a falta de controle do dinheiro público, e o povo paga a conta", finalizou.

O candidato voltou a dizer que o governo federal é omisso na segurança pública e prometeu ser "duro" com a criminalidade. "Para o crime organizado, é cadeia dura. Não tivesse o RDD (regime disciplinar que abriga líderes do PCC), não teria havido reação." Para Alckmin, "é evidente" que o crime organizado quer interferir no processo eleitoral. "Eles sabem que, se eu for eleito, vou endurecer", disse.

Em Sorocaba, acompanhado pelo prefeito tucano Vítor Lippi e rodeado de candidatos, Alckmin participou de uma carreata na carroceria de uma camionete. Depois percorreu parte dos 400 boxes da Feira da Vila Hortência, a maior da cidade. Com bom humor, abraçou eleitores, deu autógrafos e até carregou no colo a pequena Natália Mani, de 6 meses. Comeu um pastel de queijo com refrigerante e serviu outro à garotinha Natália de Melo, de 6 anos – o deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) se antecipou e pagou a conta. A claque abafou os gritos de "Lula, Lula" de duas professoras. O candidato passou rápido pela banca do feirante Gil Leon, que vendia chuchu a R$ 1,00 o quilo.

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