Governo lança campanha de combate ao tráfico de animais

O tráfico internacional de animais movimenta US$ 10 bilhões por ano em todo o mundo, dos quais US$ 1,5 bilhão (o equivalente a 15%) têm origem no Brasil. Segundo o Departamento de Polícia Federal, a cada ano, 12 milhões de animais, a maioria integrante da lista de espécies em extinção, são apanhados na fauna brasileira. Deste total, 3,6 milhões são vendidos no exterior. Para fechar o cerco contra a biopirataria e o tráfico internacional de animais silvestres, a Polícia Federal lançou hoje, em cerimônia no Ministério da Justiça, o Projeto Drake, que prevê uma série de ações de combate a esses crimes.

Além de operações de repressão ostensivas em portos e aeroportos, o projeto engloba a realização de campanhas de alerta e educação em todo o país. Os cartazes da campanha, de autoria do cartunista Ziraldo, serão colocados em órgãos públicos, escolas, universidades, hotéis e embaixadas. A PF também vai investir em treinamento e especialização de pessoal e em levantamentos de inteligência. De acordo com o coordenador de Prevenção e Repressão contra Crimes Ambientais da Polícia Federal, delegado Jorge Barbosa Pontes, um dos objetivos principais do projeto é “inibir e desencorajar a prática desse tipo de crime, com a presença dos policiais federais?.

O delegado informou que, em julho, antes de o projeto ser colocado em prática em todo o país, uma versão piloto foi implementada em 11 estados. Jorge Pontes disse que a iniciativa foi um sucesso. ?Na época, encontramos muitos animais despejados em banheiros de aeroportos?, destacou Pontes, atribuindo essas ocorrências ao caráter inibidor da medida.

A lista oficial de animais em extinção, que continha 219 espécies em 1989, agora é constituída de 388 itens. O tráfico de exemplares da fauna brasileira é um negócio ilegal altamente rentável, devido ao preço de comercialização dos animais no mercado negro. Entre os mais valorizados está a arara azul de Lear, que chega a valer US$ 100 mil. Já o mico-leão dourado custa US$ 20 mil, mesma cotação do papagaio da cara roxa e da jararaca-ilhoa.

Na lista dos felinos, um dos mais caros é a jaguatirica, que é vendida por US$ 10 mil. Para confeccionar um casaco de pele desse mamífero, é preciso investir cerca de US$ 200 mil, já que são necessárias 20 jaguatiricas para fazer a peça de roupa.

As cotações de alguns desses animais no mercado negro são as seguintes: arara azul de Lear, US$ 100 mil; jararaca-ilhoa, US$ 20 mil; mico-leão dourado, US$ 20 mil; papagaio da cara roxa, US$ 20 mil; ararajuba, US$ 12 mil; jaguatirica, US$ 10 mil; iguana, US$ 3 mil; sucuri, US$ 3 mil; papagaio comum, US$ 2 mil; pepinos do mar, US$ 150/kg.

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