Governo fixa em 4,5% a meta de inflação para 2008

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu hoje estabelecer a meta de inflação de 2008 no mesmo patamar de 2007, de 4,5% com margem de dois pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que anunciou a decisão, o governo está sendo bem-sucedido na política de controle da inflação, inclusive fazendo com que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique em níveis abaixo da meta. O IPCA, medido pelo IBGE, é o índice oficial utilizando pelo Banco Central para cumprir a meta de inflação.

"A política antiinflacionária do governo Lula tem tido um sucesso pleno", disse Mantega na entrevista à imprensa após a reunião do CMN. Segundo Mantega, a meta de inflação de 4,5% é a mais adequada para o País e a factível de ser alcançada. Segundo ele, o CMN não quer cometer o erro do passado, quando se fixava metas ambiciosas demais e que não eram atingidas. "Isso não quer dizer que o Brasil não possa alcançar patamares menores de inflação", disse após classificar a taxa de inflação atual de moderada e que permite ter um horizonte de planejamento de longo prazo pelos agentes econômicos. O ministro disse que o governo vai continuar fazendo uma política responsável, com vigilância permanente, dando condições para o crescimento sustentável da economia brasileira.

Credibilidade

O presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que a expectativa do mercado sobre o cumprimento das metas de inflação para 2006 e 2007, consistente com a trajetória da meta, e os primeiros sinais sobre as expectativas para 2008 são o que justifica "e dá grande peso à decisão do CMN de manter para 2008 a meta de inflação consistente com os anos anteriores". Segundo Meirelles, "quanto mais alta a probabilidade de a meta ser cumprida, mais crível é a política monetária e menor o custo para a sociedade manter a inflação dentro da meta".

Segundo ele, do ponto de vista da experiência dos bancos centrais que adotam o sistema de metas, é importante a credibilidade deste regime, com os agentes econômicos e a sociedade considerando alta a probabilidade de as metas serem cumpridas. Por isso, o presidente do BC disse que o momento que o Brasil está vivendo agora é importante, porque as expectativas de mercado para 2006 e 2007 estão consistentes com a trajetória da meta, assim como os primeiros sinais para 2008 estão também consistentes com a trajetória da meta de inflação. (Colaboraram Renata Veríssimo e Adriana Fernandes.

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