Brasília (AE) – O impasse em torno dos critérios de filantropia deverá ser usado agora no pacote de medidas para melhorar a formação de profissionais da saúde. A idéia é passar a considerar a oferta de cursos à distância e de reciclagem como uma das condições para que hospitais de ponta sejam também considerados filantrópicos.
Para receber o selo de filantropia, e, com isso, benefícios fiscais, hospitais têm de reservar 60% do atendimento para pacientes do Sistema Único de Saúde. Há alguns anos, hospitais de ponta tiveram essa classificação retirada justamente por não cumprir tal requisito, o que provocou uma disputa judicial.
No fim do governo Fernando Henrique, foi editado um decreto definindo as características de tais hospitais. A medida no entanto, foi suspensa no governo Lula. A discussão agora foi retomada. "A idéia é que tais hospitais façam atendimentos diferenciados para integrantes do SUS e que, ao mesmo tempo, eles ofereçam cursos de capacitação", afirma a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Maria Luiza Jaeger.
"É uma proposta muito bem-vinda", afirma o superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Maurício Ceschin. "Hospitais estratégicos têm de oferecer o atendimento diferencial, serviços que se destacam", completa.