Governo Federal também cria resistência contra a ?semente suicida?

A estatégia das multinacionais de sementes transgênicas para introduzir a ?semente suicida? no Brasil agora encontra resistência no Governo Federal. O gerente de recursos genéticos do Ministério do Meio Ambiente, Rubens Nodari, explicou que a posição do governo tem o objetivo de impedir a introdução de sementes estéreis no mercado e permitir que os agricultores reservem grãos para plantio da próxima safra. ?É consenso no governo que essa tecnologia do ponto de vista econômico não beneficia o produtor. Aumentará o custo de produção e colocará em risco a soberania alimentar do país?, disse.

Nodari alertou que o uso de GURTs reforçaria a tendência de concentração do setor sementeiro, deixando os agricultores totalmente dependentes. Na visão dos ambientalistas, o projeto dará controle do mercado às empresas de biotecnologia. ?O objetivo único e exclusivo deste projeto são as commodities e o pagamento de royalties?, afirmou o agrônomo do Greenpeace, Ventura Barbeiro.

Grupos contrários ao uso dos transgênicos, como o Greenpeace, e o próprio Ministério do Meio Ambiente afirmam, porém, que o projeto apresenta uma ameaça à biodiversidade agrícola caso haja uma contaminação genética da esterilidade de uma variedade de uma planta em outras espécies de forma indesejada. Além disso, o uso dessa tecnologia pode fortalecer o monopólio das empresas de engenharia genética que detêm as patentes da ?semente suicida?. Os agricultores estariam sujeitos à dependência dessas empresas e a sua produção, à mercê dos critérios impostos por elas.

Um projeto de lei de autoria da deputada Kátia Abreu, que está tramitando na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, pretende autorizar a utilização da tecnologia genética de restrição de uso ? manipulação genética de plantas para que suas sementes se tornem estéreis -, também conhecida como tecnologia Terminator ou ?semente suicida?. Se aprovado, o projeto 5964/05, que vem recebendo duras críticas de ONGs ambientalistas e do próprio Ministério do Meio Ambiente (MMA), alteraria parte da regulamentação da Lei de Biossegurança.

?Se for aprovado, esse projeto beneficiaria as empresas (de engenharia genética), pois a liberação da tecnologia só serve a quem desenvolve e o usuário fica dependente delas?, considera Rubens Nodari, gerente de recursos genéticos do MMA.

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