Governo evita prejuízos para produtores de soja

A luta do governo do Paraná contra a soja transgênica evitou que os produtores do Estado sofressem prejuízos, já que a União Européia vem se mostrando favorável somente aos produtos puros, não modificados geneticamente. Um documento, editado pelo Greenpeace Internacional, revela que as 49 maiores empresas européias do setor alimentício baniram a produção e a comercialização de transgênicos. Elas trabalham em um mercado com 445 milhões de consumidores, que realiza negócios anuais superiores a U$ 3 bilhões.

Entre essas empresas estão redes famosas de supermercados, como o Carrefour, e indústrias como a Nestlé, a Barilla, Dr. Oethker e a Inbev. Algumas marcas norte-americanas também posicionaram-se contra os transgênicos em suas filiais européias, entre elas a Coca-Cola, a Kraft Foods, e a Mars, que produz os chocolares M&M e Twix, o arroz Uncle Ben’s e as rações Wiskas e Pedigree.

A crescente rejeição dos consumidores aos produtos geneticamente modificados é constantemente alertada pelo governador Roberto Requião. Para ele, o Paraná deve preservar a pureza da soja não apenas em razão da preferência demonstrada pelos mercados europeu e chinês, mas também porque o Estado tem que manter o que tem de melhor, que é a mais alta produtividade de soja do país.

O boletim de dezembro de 2004 da Companhia Nacional do Abastecimento, do Ministério da Agricultura, diz que o Paraná deverá obter, na safra 2004/2005, a melhor média de produtividade da soja do país, com 121 sacas de 60 quilos por alqueire, ao lado do Mato Grosso. Já a soja transgênica plantada no Rio Grande do Sul, segundo o mesmo boletim, deverá registrar, no mesmo período, o pior índice de produtividade brasileiro, de 90 sacas por alqueire.

Essa produtividade corre o risco de diminuir, segundo o professor Victor Pelaez, mestre e doutor em Economia da Universidade Federal do Paraná, se houver contaminação da soja convencional pela soja transgênica. "Essa produtividade foi alcançada graças a uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa. Os produtores não podem por em risco essa vitória, muito menos podem ser iludidos por falsas informações de redução de custos", disse. 

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