Governo entrega ao STF modelo de pedido da quebra de sigilo de Duda

Brasília (AE) – O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) entregou hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) o modelo, em português e inglês, do pedido de quebra de sigilo das contas da publicitário Duda Mendonça nos Estados Unidos e nas Bahamas. Os alvos da medida são as contas pessoais de Duda Mendonça, da sócia dele, Zilmar Fernandes da Silveira, e da off-shore Dusseldorf, aberta por ambos nas Bahamas para recebimentos de depósitos do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

Hoje mesmo, o documento foi enviado ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que fez a primeira reunião para tratar do caso e abriu o processo de rastreamento das contas discriminadas pelo governo brasileiro. O FBI (polícia federal americana) e a Interpol participarão das investigações. A colaboração está amparada pelo tratado de cooperação jurídica e policial entre o Brasil e o governo americano.

Em depoimentos à PF e à CPI dos Correios, Duda disse que os depósitos feitos por Valério, calculados por ele em R$ 10,5 milhões, referem-se ao pagamento de parte da dívida do PT com a campanha eleitoral de 2002. Valério, por sua vez, alega que fez os pagamentos no Brasil e não mandou nenhuma remessa para o exterior. A PF considera irrelevante perder tempo em definir quem fez as remessas porque ambos estão envolvidos nelas e serão indiciados por crime contra o sistema financeiro e a ordem tributária se o STF concordar.

O rastreamento internacional da conexão Valério-Duda determinará a rede de doleiros e instituições usadas na triangulação para que o dinheiro chegasse ao destino. Verificará também outras fontes usadas para abastecer as contas de publicitário e da Dusseldorf.

No relatório final do inquérito a ser enviado pela PF até o final deste mês ao STF, Valério, Duda e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares deverão constar como cabeças de uma organização criminosa envolvida com lavagem de dinheiro, remessas ilegais de divisas ao exterior, sonegação de impostos, formação de quadrilha e movimentação de recursos de caixa dois em favor de vários parlamentares e partidos da base aliada.

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