Governo do Rio quer manter traficantes em Catanduvas

Para "garantir a ordem pública no Estado do Rio", o governo estadual anunciou que prepara um novo mandado de segurança contra a decisão do ministro Paulo Galloti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o objetivo de manter 12 traficantes condenados em Catanduvas. Em nota assinada pela Secretaria de Estado da Casa Civil, o governo afirmou que "o novo mandato de segurança pretende reafirmar a necessidade da permanência dos bandidos no Paraná". A previsão é de que o mandado seja apresentado ao STJ ainda amanhã.

O promotor de Justiça André Guilherme de Freitas, do Ministério Público do Rio, estuda a medida mais apropriada a ser adotada ainda essa semana para que os condenados permaneçam em Catanduvas. Ele disse que a decisão de Galloti é lamentável e demonstra total despreocupação com o bem-estar do Rio. "O STJ vem decepcionando muito a população, não só pelos acontecimentos recentes de corrupção, mas como também em razão de decisões como esta", criticou Freitas, numa referência indireta ao ministro Paulo Medina, afastado do STJ por envolvimento nas vendas de sentenças favoráveis aos bingos reveladas pela operação Furacão, da Polícia Federal.

Entre os traficantes beneficiados pela decisão de Galloti há nomes conhecidos nacionalmente como o de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, em 2002. Caso voltem ao Rio e deixem o regime de isolamento, Isaías Costa Rodrigues, o Isaías do Borel, e Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, podem até ser beneficiados com o regime de prisão semi-aberto. Isaías é um dos principais chefes do Comando Vermelho. My Thor é acusado, entre outros crimes, de ordenar a execução de uma ex-namorada de dentro da cadeia.

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