O Governo do Estado assinou nesta quarta-feira (20) convênio para o repasse de R$ 538 mil para Organizações Não Governamentais (ONGs) com projetos de prevenção à AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. O valor total é de R$ 538 mil para 11 projetos selecionados através de processo seletivo público. No início de 2007, será aberto outro edital de aproximadamente R$ 1 milhão.
?Esta parceria possibilita fazer o atendimento e levar informações a grupos específicos, que seriam difíceis de alcançar sem a ajuda das Ongs?, afirmou o diretor geral da secretaria, Carlos Manuel dos Santos.
Para Ivana Kaminski, coordenadora estadual do programa DST/Aids da Secretaria da Saúde, o convênio amplia a capacidade de atuação, dissemina informações para quem precisa e promove saúde, além de prevenir as doenças sexualmente transmissíveis e a Aids.
Dos 11 projetos selecionados, cinco são de Curitiba e os demais de Castro, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Maringá e Londrina. Todo o desenvolvimento dos projetos será supervisionado pelo Programa Estadual de DST/Aids e Regionais de Saúde que receberão as prestações de contas técnicas e financeiras no prazo de um ano.
?O nosso papel é valorizar o envolvimento que as instituições tem perante a comunidade?, disse a diretora da 2ª Regional de Saúde de Curitiba, Marinalva Silva. Até setembro deste ano, 449 novos casos foram notificados no Paraná.
Embora sejam projetos de diversas naturezas, o objetivo é a aproximação com cada público alvo. O Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (IDDEAH), por exemplo, trabalhará com jovens formadores de opinião, envolvidos com o movimento hip hop, que serão multiplicadores do conhecimento.
Para o presidente do IDDEAH, Paulo Pedron, o processo de escolha feito por licitação pública é muito saudável, não apenas pela transparência, mas principalmente pelo fato de estimular a concorrência.
Aderindo a Vida
O Grupo de Amor à Vida (GAV), de Castro, recebeu R$ 50.364,00 que será aplicado no projeto Aderindo a Vida, voltado aos portadores de HIV e familiares. ?Quando uma pessoa descobre que é soropositiva, o apoio da família é fundamental. É ela quem cuidará do doente?, afirmou Gerson Iank, presidente, do GAV.
Luiz Edgar Christ, presidente do Grupo Esperança, disse que a verba de R$ 51.140,00 dará condições de ampliar o serviço de orientação e aconselhamento jurídico prestado para travestis e transexuais.
Além do incentivo às ações destes grupos, o Governo do Estado desenvolve diversas ações educativas com a população demonstrando os riscos da doença, como ocorre o contágio, suas conseqüências e a prevenção.
Prevenção
A melhor maneira de combater a doença ainda é a prevenção. A forma correta ainda é a utilização de preservativos, sobretudo o masculino. A utilização evita o contato direto e a troca de substâncias corporais que podem causar a infecção.
Um dos principais cuidados que devem ser tomados é na hora da colocação do preservativo, evitando que qualquer espaço fique preenchido pelo ar. Isso evita o rompimento do preservativo durante a relação sexual.
As gestantes também devem ter um cuidado especial. É imprescindível que façam o teste para saber se são soropositivas ou não. Caso o exame mostre que sim, durante o pré-natal deverão ser tratadas para evitar a transmissão vertical, ou seja, que passem o vírus para o seu filho. Se todos os cuidados forem tomados, o risco pode ser reduzido em até 67%. Mas a transmissão também pode ocorrer durante a amamentação, por isso o leite materno deverá ser substituído por leite artificial.
Para usuários de drogas injetáveis é muito importante a utilização de seringas descartáveis para minimizar os riscos, já que o compartilhamento desse material pode ser um grande agente de transmissão do HIV.
A doença
A Aids é causada pelo vírus da imunodeficiência humana, conhecido como HIV. O primeiro caso clínico foi confirmado no início da década de 80 e, desde então, se alastrou pelo mundo. Ainda não há uma teoria definitiva sobre como o vírus apareceu. Algumas teorias sugerem que o surgimento teria ocorrido em tribos africanas, que utilizaram primatas como parte de suas refeições e assim teriam sido infectados, iniciando a transmissão em grande escala.
O HIV é transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo leite materno. Não existe outra forma de se contaminar, a não ser por meio de contato direto com estas substâncias de pessoas já infectadas.