Governo confirma seis focos de aftosa no Estado

  Átila Alberti / GPP
Átila Alberti / GPP

Os seis focos se referem a animais
que fazem parte um rebanho
estimado em 4 500 animais.

Brasília – Subiu para 40 o número de casos de febre aftosa diagnosticados no rebanho do País desde outubro do ano passado, quando um surto do vírus interrompeu um período de mais de um ano sem registro da doença em território nacional. Hoje (20), depois de quase quatro meses de indefinição, o Ministério da Agricultura informou que foram diagnosticados mais seis casos da doença no Paraná. Um primeiro caso de aftosa no Estado foi descoberto em outubro. Outros 33 foram diagnosticados no extremo sul do Mato Grosso do Sul.

Os novos casos do Paraná foram confirmados em propriedades rurais dos municípios paranaenses de Bela Vista do Paraíso, Grandes Rios, Maringá e Loanda. No entanto, nenhum deles ocorreu fora das áreas em que a doença já havia sido encontrada. "Estes focos envolvem fazendas que já estavam interditadas pelo serviço veterinário estadual, pois desde novembro do ano passado não foram identificadas novas suspeitas no Paraná", esclareceu o secretario de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel.

As novas ocorrências já foram comunicadas pelo governo brasileiro à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Apesar dos novos focos, a expectativa do ministério é que o diagnóstico desses novos casos facilite a reabertura de mercados para a carne brasileira. No total, 56 países embargaram de forma parcial ou integral as importações de carne do Brasil.

A demora do governo brasileiro em confirmar ou desmentir novos casos da aftosa no Paraná é apontada por vários países como justificativa para manter suspenso o comércio de carnes com o Brasil. Esse é o caso da União Européia, que barrou em outubro as importações de carne bovina do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

O primeiro foco paranaense, ocorrido na Fazenda Cachoeira, no município de São Sebastião da Amoreira, foi notificado à OIE no dia 5 de dezembro no ano passado. Os seis focos divulgados hoje se referem a animais que fazem parte um rebanho estimado em 4 500 animais, localizados nas seguintes propriedades: Fazenda Flor do Café (município de Bela Vista do Paraíso); Fazenda Santa Izabel (Grandes Rios); Fazenda Cesumar e Fazenda Pedra Preta (Maringá); Fazenda Alto Alegre e Fazenda São Paulo (Loanda).

O ministério já autorizou o governo do Estado a sacrificar os animais. O proprietário dos animais da Fazenda Cachoeira até agora não aceitou o abate de seu rebanho por não concordar com o valor proposto para indenização.

Em nota, o ministério lembrou que, para esclarecer as suspeitas de febre aftosa no Paraná, a pasta e a Secretaria Estadual de Agricultura realizaram "exaustiva" investigação epidemiológica em dez propriedades rurais do Estado, todas vinculadas com o foco da doença registrado no Mato Grosso do Sul.

A investigação foi feita com apoio do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa). No Paraná, as suspeitas de febre aftosa foram notificadas a partir de 21 de outubro de 2005, devido ao vínculo epidemiológico com foco da doença no Mato Grosso do Sul.

Segundo o Departamento de Saúde Animal do ministério, a partir de 27 de setembro, os animais originários do Mato Grosso do Sul permaneceram por oito dias numa propriedade rural localizada no município paranaense de Bela Vista do Paraíso, de onde foram enviados para leilão em Londrina e comercializados, no início de outubro. Todas as propriedades que receberam bovinos do referido leilão foram investigadas pelo serviço veterinário do Paraná.

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