Governo brasileiro pretende pagar bem a cidade que guardar lixo nuclear

O governo brasileiro estuda formas de atrair o interesse de municípios brasileiros para aumentar o número de depósitos aptos a receber rejeitos de usinas nucleares. A informação foi dada nesta tarde pelo presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves, que participou de almoço em homenagem à CNEN, realizado no Clube de Engenharia, no centro do Rio. A idéia é aumentar a remuneração (royalties) das cidades que queiram instalar os depósitos e até criar um leilão.

"A gente pretende remunerar melhor esses municípios e criar uma séria de incentivos. E espero que o interesse seja tão grande que a gente possa fazer um leilão", afirmou Gonçalves. O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, por sua vez, diz que a escolha vai ser do próprio município.

"A própria região é que vai escolher. Vamos demonstrar que é seguro (receber rejeitos) e vamos fazer um leilão. Aquela região que quiser vai ganhar um depósito para armazenar. Em vez de impor, a escolha vai ser voluntária. E eu acredito que vai haver fila", disse Silva.

De acordo com Alfredo Tranjan Filho, novo presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) diz que a remuneração será calculada conforme o tipo e quantidade de rejeito. "À medida que o depósito vai recebendo mais rejeito mais o município vai ganhar", diz. Segundo ele, no Brasil só há um depósito definitivo, que armazena rejeitos do combustível das usinas (urânio enriquecido), em Goiânia, oriundo do acidente com o Césio 137. Em Angra dos Reis, litoral fluminense, há outro depósito inicial, que armazena os rejeitos das usinas de Angra 1 e 2.

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