Governo brasileiro gastará R$ 1 bilhão para desativar usinas nucleares

A desativação das usinas Angra 1 e Angra 2 custará cerca de R$ 1,024 bilhão (US$ 437,816 milhões), segundo cálculos da Eletrobrás, holding estatal de energia elétrica que controla a Eletronuclear, operadora das duas centrais nucleares. É a primeira vez que a Eletrobrás divulga os dados referentes aos custos do "descomissionamento" das duas únicas centrais nucleares brasileiras. Essa é uma determinação da comunidade internacional, que exige que as operadoras de centrais nucleares estimem o custo de desativação do material radioativo, após o prazo de vida útil dessas usinas.

Para estimar o custo do descomissionamento das duas usinas, a Eletronuclear tomou como referência estudos específicos para um conjunto de 17 usinas americanas e 10 européias, canadenses e japonesas, que se encontram em diversos estágios de descomissionamento. Pelos cálculos da Eletrobrás, a desativação de Angra 1 custará US$ 197,8 milhões, dos quais US$ 105,915 milhões são passivos reconhecidos, com reservas constituídas. Além disso, a empresa precisará constituir reservas de US$ 91,9 milhões para atingir o nível recomendado pela comunidade internacional.

Na caso de Angra 2, os custos foram estimados em US$ 240 milhões, dos quais apenas US$ 42,667 milhões foram constituídos, restando uma provisão de mais US$ 197,333 milhões. Pelas projeções da Eletronuclear, a vida útil de Angra 1 deverá se estender até 2014. A usina, porém, passou por reformas, o que deverá alongar a sua vida útil por mais alguns anos. No caso de Angra 2, a previsão é que a usina continuará operando até 2030.

As duas usinas têm operado a pleno vapor, injetando cerca de 1.500 a 2.000 megawatts (MW) médios no Sistema Interligado Nacional (SIN). Os resíduos do combustível nuclear têm sido depositados nas dependências das próprias usinas, no litoral fluminense, já que o governo ainda não definiu uma política para o armazenamento.

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