O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, apresentou nesta terça-feira (21), durante a reunião semanal da Escola de Governo, o projeto de implantação do Jardim Botânico de Londrina, que será o primeiro do Paraná com regulamentação do Ministério do Meio Ambiente. A obra deverá gerar ainda era de mil empregos diretos e indiretos. ?Será o primeiro Jardim Botânico de fato do Paraná porque está sendo construído dentro de um novo ordenamento do Ministério do Meio Ambiente que exige diversos critérios para aprovação como pesquisa e educação?, disse Cheida.
Segundo ele, o desejo do povo de Londrina de muitos anos pode ser realizado a partir da determinação do governador Roberto Requião.
De acordo com o secretário, o Jardim Botânico será um importante centro de referência para a pesquisa botânica do País e do Mercosul. ?Terá estrutura completa para cursos de educação ambiental, paisagismo, jardinagem e cursos da área de botânica. Também será muito importante no fomento da preservação e da pesquisa de espécies florestais nativas do Estado?, destacou Cheida.
Ao todo serão investidos R$ 8 milhões de reais na obra, sendo que R$ 1,5 milhão são provenientes de uma medida compensatória. A medida foi prevista em multa devido a um acidente ambiental com combustíveis, em Londrina. Outros R$ 5,5 milhões estão sendo destinados pelo governo, através do Fundo Estadual de Meio Ambiente (FEMA).
Área
O Jardim Botânico de Londrina será construído em uma área de 110 hectares. São 70 hectares em áreas cedidas para uso pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), 20 hectares cedidos pelo Colégio Marista de Londrina e mais 26 hectares doados por seis famílias. ?A doação demonstra o anseio da população de Londrina para construção do Jardim Botânico. Se fossemos comprar esta área, o estado desembolsaria cerca de R$ 13 milhões de reais segundo avaliações imobiliárias neste momento?, detalhou Cheida.
De acordo com o coordenador de Biodiversidade da Secretaria, Ricardo Ramirez, a área escolhida mantém muitos remanescentes de florestas nativas. ?Com as doações garantimos ainda a proteção de um importante manancial de abastecimento de Londrina, o Ribeirão Cafezal. O rio foi incorporado ao empreendimento com as doações de área das famílias londrinenses?, explicou Ramirez. Ele ainda disse que mais de 1,1 milhão de metros quadrados em áreas de preservação permanente estão sendo resgatadas com o Jardim Botânico.
Espaço
O Jardim Botânico contará com um centro de referência de ensino, pesquisa e extensão em preservação ambiental, coordenado pelo Iapar – associado à Pontifícia Universidade Católica. ?Foi prevista ainda a construção de um centro de pesquisa botânica com oportunidades de intercâmbio com instituições do gênero no Brasil e no mundo e um centro de formação técnica especializada em jardinagem?, completou o coordenador de gestão territorial da Secretaria, Carlos Alberto Hirata.
De acordo com o arquiteto Orlando Busarello, responsável pelo projeto, a obra propõe um Jardim Botânico para celebrar a natureza com coleções de plantas reconhecidas cientificamente de diferentes extratos vegetais encontrados na natureza. ?Não se trata apenas de mais um parque, trata-se de um espaço com forte impacto sócio, econômico e ambiental tanto na geração de empregos como na geração de recursos. Esta obra mudará o paradigma de turismo para a região Norte do Estado, transformando-a em um grande centro de referências em pesquisas botânicas no Brasil?, disse Busarello.
O projeto apresentado destaca alguns locais do Jardim Botânico, como os arboretos (grupos de espécies reunidas por famílias), jardins temáticos e a praça Burle Marx, com fontes de água interativas que estimulam o contato do visitante com o elemento água.
Além de grande variedade de recursos naturais, o Jardim Botânico contará com auditórios internos e ao ar livre, biblioteca, espaço para realização de congressos, exposições temáticas e artísticas, entre outras atividades culturais. O projeto ainda prevê cinco quilômetros de ciclovia e 11,5 de trilhas para caminhadas.