Existem no Paraná 42 postos de atendimento para dependentes do tabaco. No final de 2004 eles eram 25. A informação é da Secretaria da Saúde, no Dia Mundial sem Tabaco, comemorado nesta quarta-feira (31). O objetivo desses postos é ajudar os fumantes a livrar-se da dependência e evitar que novos fumantes surjam. ?Parar de fumar, praticar atividades físicas e ter uma alimentação balanceada são as melhores maneiras de levar uma vida mais saudável. Quando pára de fumar, a pessoa logo percebe que a sua capacidade respiratória, o seu olfato e o seu paladar melhoram sensivelmente?, avalia o secretário Cláudio Xavier.
O tema da campanha deste ano é ?Tabaco: mortal sob todas as formas e disfarces? e visa todas as formas de fumo. Chama a atenção e alerta para os artifícios que a indústria do tabaco utiliza para conquistar novos fumantes, como maços coloridos, cigarros com sabor ou aromatizados com menta e morango, charutos e outros produtos do tabaco. ?Com estes disfarces, o público-alvo é o feminino?, observa a técnica do Programa Estadual de Controle do Tabagismo, Iludia Rosalinski. A Secretaria da Saúde está distribuindo folders e cartazes de combate ao fumo em todo o Estado, de acordo com a demanda.
?O tabagismo é hoje o problema de saúde pública mais sério no mundo. É a doença que mais mata em todo o Planeta, muito mais que os acidentes de trânsito e a AIDS juntos?, declara o coordenador das ações das ações de tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Ricardo Henrique Meirelles. Ele esteve em Curitiba para duas palestras em preparação ao Dia Mundial sem Tabaco, uma para técnicos das Regionais da Saúde e outra para professores, estudantes e profissionais da saúde, no Hospital de Clínicas. Os eventos foram promovidos em parceria pela Secretaria Estadual de Saúde e pela Sociedade Paranaense de Tisiologia e Doenças Toráxicas. Segundo Meirelles, hoje há cinqüenta doenças relacionadas com o cigarro, e não só o câncer.
Atendimento
Hoje o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece dois tipos de atendimento para os dependentes do tabaco, esclarece Iludia Rosalinski. Um deles é o cognitivo-comportamental, em que o fumante vai aprender a lidar com a sua dependência. Esse tipo de atendimento é feito em grupos de auto-ajuda para a cessação do uso do tabaco, com aspectos comportamentais.
O segundo tipo de atendimento é o apoio com medicamentos, que hoje são a goma de mascar e o adesivo de nicotina. ?Mas deve ficar bem claro que esse tratamento é complementar às sessões de grupo. Só o paciente que passa pelas sessões de grupo pode utilizar o medicamento, se o médico decidir que isso deve ser feito, pois o medicamento possui contra-indicações?, observa Iludia Rosalinski.
?Nem todo o mundo pára de fumar com o tratamento?, explica Ricardo Meirelles. ?Mas cerca de 40% dos fumantes abandonam o vício definitivamente em um ano. Considerando que apenas 3% dos fumantes conseguem parar de fumar sozinhos, é uma taxa significativa?, avalia.