Governo admite reduzir álcool na gasolina

Brasília – O governo estuda maneiras de minimizar o aumento do preço do álcool combustível, causado pela entressafra da cana-de-açúcar, que deve se estender até abril. Segundo o diretor de Álcool e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Angelo Bressan, na próxima semana deverá ser divulgada alguma medida para impedir aumentos excessivos no preço do combustível até o início da próxima safra.

"Queremos achar uma saída para minimizar os prejuízos dos consumidores, sem pôr em risco o abastecimento", afirmou. Bressan não descartou a possibilidade de governo reduzir de 25% para 20% o porcentual de mistura do álcool anidro na gasolina para aumentar a oferta de álcool.

Ressalvou, no entanto, que o Ministério não gosta de mexer nessa mistura, pois como o álcool é mais barato do que a gasolina, a redução da proporção de álcool na gasolina pode causar o aumento do combustível. Segundo o diretor, a idéia básica do governo não seria apenas reduzir a mistura de álcool à gasolina, mas conciliar a medida com outras ações, como combinar uma limitação de preços com os produtores. A questão está sendo discutida nos ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, Minas e Energia e Fazenda.

Em entrevista há pouco Bressan argumentou, entretanto, que não acha exagerado o preço do álcool nas usinas. Segundo ele é normal que o preço suba no momento de entressafra, para depois se normalizar com o retorno da produção. As usinas estão vendendo o álcool anidro a R$ 1,10 por litro e o álcool hidratado a R$ 1,00. "Se considerar que o custo de produção fica entre R$ 0,75 e R$ 0,80 por litro, não há exagero", disse. Ele ressaltou que o preço pago na bomba embute outros custos.

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