"A corrupção não impede a cidadania". A afirmação é do ministro da Cultura, Gilberto Gil, que nesta terça-feira (26) em uma conferência de imprensa para jornalistas estrangeiros, na Suíça, foi pressionado a dar uma resposta sobre a capacidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manter na liderança das pesquisas para as eleições enquanto os escândalos de corrupção continuam a aparecer. "É o mistério da vida", justificou Gil em francês, para o espanto da imprensa internacional. "A corrupção não é um problema para o cidadão. A corrupção faz parte da dimensão humana", afirmou o ministro, que está em Genebra participando de uma conferência sobre propriedade intelectual.
Ontem, Gil já havia declarado que a corrupção, "ainda que condenada, era tolerada" no País, fator que explicaria a popularidade ainda do presidente Lula. Jornalistas suíços ainda perguntaram ao ministro Gilberto Gil se ele acreditava que Lula tinha conhecimento dos atos suspeitos de seus assessores e de seu chefe de campanha, Ricardo Berzoini. "Por que você quer saber minha opinião? Minha opinião é secundária. Se o presidente Lula sabia de algo, ele mesmo precisa responder. As investigações foram abertas. Minha opinião pessoal não importa. Esse é um caso político e que diz respeito à República", afirmou.
Gil ainda tentou justificar os escândalos à imprensa estrangeira alegando que o fenômeno é "universal". "Não é só um problema do Homem-Brasil", disse.