Geraldo Alckmin admite que, se eleito, terá de manter a CPMF

O candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, admitiu ontem à noite que, se eleito, terá de manter a CPMF, mas alertou que o simples debate sobre a renovação desse tributo, que expira em 2007, vai gerar pressões de diversos setores, como as prefeituras e governos estaduais, que desejam arrecadar mais com aumento de impostos.

"É possível acabar com a CPMF e abrir mão de R$ 30 bilhões?", perguntou o candidato para uma platéia de empresários e líderes políticos que foram assistir à sua palestra na Associação Comercial e Industrial de Goiás. "Vamos ter de ter os pés no chão e cortar gastos. Precisamos ter um mutirão e dizer que o Brasil não pode mais continuar desse jeito", pregou em seguida, ao enfatizar sua preocupação com a situação fiscal em 2007. "Vamos ter um ano ainda mais difícil", previu

O candidato tucano advertiu para a necessidade de "fechar todas as torneiras". "Não há governo ético se ele não é eficiente. Se não pusermos o dedo na ferida e melhorarmos a qualidade do gasto público vamos ter um grave problema fiscal. Estamos vivendo um momento de muitos gastos, e isso vai ter conseqüência séria no próximo ano", afirmou

Em discursos e palestras, Alckmin tem insistido que não pretende na campanha, falar do passado nem ficar discutindo o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas sim debater o futuro do País. "Precisamos enfrentar o problema fiscal para crescer. Enquanto não colocarmos isso na cabeça não vamos resolver outros problemas", disse. "O brasileiro trabalha de janeiro até maio para sustentar o governo que vem todo o ano cortando investimentos"

O candidato tucano sinalizou que pretende fazer o inverso do atual governo, ou seja, promover a redução de gastos correntes e de impostos e aumentar investimentos. "Como a política fiscal é ruim, a política monetária tem de ser muito dura para não ter inflação. Aí a taxa de juros é a maior do mundo", observou

Na palestra aos empresários, Geraldo Alckmin acabou reunindo na mesma platéia políticos rivais do PSDB e PFL, dando a dimensão da dificuldade de seu palanque em Goiás.

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