Genro acredita que esclarecimento de militantes pode resguardar PT

O presidente do Partido dos Trabalhadores e ministro da Educação, Tarso Genro, disse que vai sugerir na próxima reunião da Executiva do partido, no dia 4 de agosto, que os militantes que ocupam cargos públicos envolvidos em denúncias de irregularidades encaminhem relatório sobre os fatos à direção do partido. Segundo Tarso, esta é uma forma de o PT se resguardar e ser prudente.

Ele afirmou que o partido não deve ser julgado pela atitude de alguns militantes. "O PT é uma instituição democrática como os outros partidos. Assim como nós não temos direito de julgar o PSDB por esses acontecimentos em Minas Gerais, não queremos que julgue o PT pela conduta também de alguns militantes", defendeu.

Tarso se refere a reportagem publicada pelo jornal O Globo, segundo a qual o presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), então candidato à reeleição para o governo do estado, e 70 pessoas ligadas a sua coligação teriam recebido doações "não-oficiais" das empresas DNA e SMP&B, do publicitário Marcos Valério, na campanha eleitoral de 1998. Azeredo negou que tenha participado de qualquer esquema de captação de recursos não declarados ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.

Para Tarso Genro, "se é verdade que o PT não tem o monopólio da virtude, também a conduta de alguns militantes do PT não inaugurou irregularidades e ilegalidades neste país". Ele disse ainda que não existe qualquer tipo de "protecionismo" dentro do partido.

"Do ponto de vista partidário, não temos nenhuma discriminação positiva nem negativa em relação a qualquer quadro do partido. Eu mesmo, se eventualmente for algum dia mencionado a respeito de qualquer irregularidade, posso ser levado para uma comissão de ética. Todos os nossos militantes e dirigentes têm que dar exemplo", destacou.

Ele afirmou que cabe ao deputado José Dirceu decidir se é conveniente dar explicações ao partido, caso algum militante peça isso. Segundo Tarso, o PT não vai julgar ninguém de forma sumária, mas não ficará inerte. "Se algum militante quiser fazer uma representação para que ele seja ouvido na Comissão de Ética, a Executiva vai processar (avaliar)", afirmou.

Voltar ao topo