Gasto com servidor cresce 11,4% em cinco anos

A proposta orçamentária enviada pelo governo ao Congresso mostra que o gasto de pessoal da União em 2007 vai superar em termos reais R$ 12,2 bilhões, ou 11,4%, o pico registrado em 2002, último ano de mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A explosão das despesas ocorre por causa dos últimos reajustes concedidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos servidores do Executivo e dos aumentos que as cúpulas do Judiciário e do Legislativo deram para seus funcionários – todos aprovados nesta semana pelo Congresso, às vésperas das eleições.

Parte desses reajustes só terá efeito pleno em 2008, como o parcelamento de 47,11% para os servidores da Seguridade Social e a mudança no plano de carreira do Judiciário. O custo das gratificações criadas pelo projeto do Supremo Tribunal Federal (STF) chega a R$ 4,6 bilhões, mas em 2007 o impacto será de R$ 513,5 milhões.

Ou seja, é só no segundo ano de mandato do próximo presidente que as atuais decisões alcançarão seu impacto total. "Ainda não sabemos exatamente o impacto fiscal que teremos pela frente", admite uma fonte da equipe econômica.

Até agora, o governo se manteve despreocupado com a trajetória das despesas com pessoal, porque, apesar dos constantes aumentos nos demais Poderes, o Executivo – que ainda concentra 80% da folha de pessoal – vinha contrabalançando essa tendência com reajustes apenas setoriais. Neste ano, porém, o pacote acabou beneficiando 90% das categorias desse Poder, fazendo o gasto ultrapassar os antigos patamares.

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