Garotinho evita criticar Lula para ficar na Executiva

Por um triz, o ex-governador Anthony Garotinho não acabou o dia ontem como a primeira vítima da coalizão entre o PMDB e o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Parte do novo comando do PMDB estava disposto a ceder ao Palácio do Planalto, despejando Garotinho da Executiva Nacional eleita à noite, logo depois de apurados os votos para o diretório nacional.

Mas o ex-governador acabou salvo pelo discurso ameno que fez na abertura da convenção, compondo-se com o governo e defendendo ?a parceria com Lula em favor do Brasil?. Da lista de caciques do partido, só ficaram de fora da nova Executiva Nacional o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP), que nem compareceram à convenção.

?O PMDB não faltará à governabilidade do presidente Lula. Esse partido, unido, fará tudo o que for possível para ajudar o presidente a promover o desenvolvimento e o crescimento do País? disse Garotinho, sob o olhar de aprovação do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ainda assim, enfrentou um embate interno e chegou a ter seu nome substituído pelo de seu afilhado político, o deputado Geraldo Pudim (PMDB-RJ).

Apontado no Planalto como ?inimigo de Lula no PMDB?, Garotinho teve que radicalizar o discurso para ganhar o posto de segundo secretário do partido, logo abaixo do deputado Nelson Bournier (PMDB-RJ), indicado pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. ?Garotinho chegou a sair da sala bufando e prometendo avaliar se ia ou não permanecer no PMDB?, contou um dos participantes da reunião em que a nova Executiva Nacional, com 15 membros, foi montada.

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