O secretário de Governo e Coordenação do Estado, Anthony Garotinho, afirmou ontem (30) que os rumores sobre sua saída do PMDB não se confirmaram "porque não eram verdade". Ele criticou duramente a cobertura da imprensa sobre o assunto. "Mais uma vez eles especularam, eles mentiram. Tentaram falar para a população algo que não era verdade", disse. Garotinho reiterou, durante seu programa de rádio, que lançará sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PMDB em 19 de outubro, na Câmara dos Deputados.
O secretário admitiu ter recebido convites de outros partidos, assim como sua mulher, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, e manteve conversações com diferentes legendas. "Conversamos especialmente com o PDT", afirmou, para em seguida criticar a postura assumida pelo partido, em sua avaliação aliada ao governo. "Infelizmente, após a morte de (Leonel) Brizola, o PDT está se tornando um partido de direita", disse.
O secretário fez acusações ao partido, dizendo que teria votado em troca de favores para eleger Aldo Rebelo presidente da Câmara dos Deputados, na semana passada. "Na eleição do presidente da Câmara dos Deputados, o PDT traiu a oposição e votou com o governo Lula em troca de dinheiro, de liberação de verbas para a prefeitura de Salvador (BA), administrada pelo PDT e para a prefeitura de Campinas (SP) também administrada pelo PDT", disse.
Garotinho aproveitou ainda para comentar que, com a eleição de Rebelo, dificilmente o deputado federal José Dirceu – envolvido em denúncias do escândalo do "mensalão" – será cassado. "O Aldo Rebelo foi testemunha de defesa do Dirceu. Como é que ele vai cassar alguém do qual ele foi testemunha de defesa?", questionou. O secretário também apoiou a proposta do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que vai pedir a expulsão do presidente do Senado, Renan Calheiros, por apoiar Rebelo para a presidência da Câmara. "Faz ele muito bem", opinou.
Cirurgia
Na segunda-feira Garotinho passará por uma cirurgia de retirada de nódulo na garganta e precisará ficar dez dias sem falar, para recuperação. "Não tem problema. Quando eu voltar, volto com a corda toda", disse.