Ganho de bancos federais com tarifas cresce 51% em 3 anos

Brasília – Os bancos oficiais federais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste) aumentaram suas receitas com prestação de serviços em 51,7% ao longo dos três primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, segundo estudo da Austin Rating elaborado com base nos balanços dos bancos até setembro. "É um aumento totalmente em linha com o que podemos verificar no caso dos grandes bancos privados do País", disse à Agência Estado o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues.

De acordo com o estudo, os ganhos desses quatro bancos com a prestação de serviços foram de R$ 6,663 bilhões no período de janeiro a setembro de 2002. Em 2005, no mesmo período, as receitas haviam saltado para R$ 10,108 bilhões.

A maior parte dos recursos, segundo o analista da Austin Rating, veio da cobrança de tarifas. "No caso do Banco do Brasil (BB), os pesos são mais equilibrados em função da forte atuação do banco na administração de recursos de terceiros e na administração de cartão de crédito", disse. Mesmo assim, ele acredita que a participação das tarifas ainda é maior no caso do BB. "As tarifas ficariam em primeiro lugar e as receitas de administração de recursos de terceiros e cartão de crédito viriam depois", explicou. Ele lembrou que o BB é hoje um dos maiores gestores de ativos de terceiros do País.

Os serviços, segundo levantamento feito pela Austin Rating, já respondem hoje por cerca de 15% das receitas totais dos bancos. "Este porcentual já é superior aos 13% que os bancos ganhavam com o floating inflacionário antes da estabilização de 1994", disse Rodrigues. O porcentual de ganhos com a receita inflacionária correspondia a cerca de 4% do PIB. "Acredito que as receitas de serviços já estejam hoje em um patamar próximo a este." Em 1994, os serviços correspondiam a apenas 3,5% das receitas totais dos bancos, de acordo com Martins.

O analista não vê, entretanto, nenhuma anormalidade no aumento das receitas de serviços dos bancos públicos federais. "O papel dos bancos é este mesmo. Eles têm de ganhar dinheiro com prestação de serviços e operações de crédito", disse.

A distorção, na visão de Martins, é o ganho obtido pelas instituições financeiras em operações de tesouraria (por exemplo a compra e venda de títulos da dívida pública). "As operações de tesouraria respondem hoje por cerca de 30% de toda a receita dos bancos", afirmou. Para ele, as receitas de serviços dos bancos poderão alcançar este mesmo nível dentro de um prazo de dois a três anos. "Há espaço para crescimento das receitas de serviços e ainda mais nas transações feitas via internet.

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