Games de celulares se modernizam com novas tecnologias

Se a idéia que você tem de games para celular são gráficos rudimentares e efeitos sonoros sofríveis, esqueça. Aqueles jogos simples demais, repetitivos e monótonos, estão cedendo espaço para títulos que arrebentaram nos consoles e nos PCs. Games consagrados como "Prince of Persia – Warrior Within", "Fifa Football 2005", "Duke Nukem" e "Tom Clancy’s Splinter Cell Chaos Theory", entre outros, já são oferecidos para os telefones móveis mais modernos no Brasil. Animou-se? Então espere por mais: as versões para celular de "Need for Speed Most Wanted" e "The Sims" logo chegarão ao País, promete a empresa de games Eletronic Arts (EA).

Além da EA, outros grandes estúdios de games como a Sega e a THQ mantêm centros de desenvolvimento de jogos para celulares. A Microsoft encomendou uma versão para telefone móvel do Halo, conhecido jogo para o console Xbox. Até o Yahoo resolveu entrar no ramo e inaugurou um estúdio de desenvolvimento de games para celular no começo do ano.

Essas empresas disputam um mercado promissor, que deve render US$ 2,6 bilhões em 2005, segundo pesquisa da Informa Telecoms & Media. De acordo com o estudo, esse é o setor que mais apresenta crescimento no mercado de games. Em 2010, a estimativa é que o ganho seja de US$ 11,1 bilhões.

A Claro firmou parceria com a EA e disponibiliza games para celular como "Fifa Football 2005" e "Tiger Woods PGA Tour 2005". "Ao oferecermos grandes sucessos de outras plataformas, estamos tornando possível aos nossos clientes levar videogames no bolso" diz o gerente de Serviços de Valor Agregado da Claro, Marco Quatorze. "Como o celular está sempre na mão, ele pode servir de brinquedo de ocasião quando você está no ônibus, por exemplo." A operadora TIM ainda não tem jogos famosos em seu portfólio, mas afirma que está trabalhando para oferecê-los.

Campeonato

Para estimular o público a experimentar os games, a Vivo promoveu, neste mês, um campeonato de jogos para celular. Um dos vencedores foi o estudante Tiago Rocha Perez, de 15 anos, que jogou "Duke Nukem" pela primeira vez. "Achei legal. O game tem fases mais longas, é envolvente", afirma o garoto, que está acostumado a brincar com o "Snake", um jogo bem simples, que tem como missão aumentar o tamanho da cobra buscando bolinhas na tela.

Mais de 1 milhão de games são comprados por clientes da Vivo por mês, afirma o gerente de Conteúdo da empresa, André Mafra. O catálogo com 200 jogos da operadora incluiu títulos conhecidos, como "True Crime – Streets of LA e Call of Duty".

Na visão de Mafra, os games para celular não competem com os aparelhos portáteis de jogos, como o Nintendo DS ou PSP. "As pessoas compram um celular para falar, mas podem brincar sem ter de adquirir um novo equipamento."

Atualmente, a Vivo está investindo nos games 3D para celular. Nas próximas semanas, a empresa vai lançar o jogo "Tony Hawk Pro Skater" em 3D.

Vale lembrar que os jogos mais avançados só estão disponíveis para os aparelhos mais modernos. Consulte a operadora para saber se o seu celular é compatível.

"Os novos games para celular têm boa dinâmica, inteligência artificial mais elaborada e permitem que o jogador se sinta imerso no game", diz o professor do curso de design de games da Universidade Anhembi Morumbi Sérgio Jenciauskas.

A evolução da tecnologia dos dispositivos móveis impulsionou a nova safra de games para celular, observa o professor de Ciência da Computação do Centro Universitário Senac Eduardo Jacober. "Os terminais mais modernos apresentam maior poder de processamento, telas maiores e têm até joystick", afirma. "Mas não adianta esperar ter a mesma experiência que no PC ou no console."

O diretor de Marketing e Vendas da EA Brasil, Guilherme Franco, explica que os jogos são desenvolvidos especialmente para a plataforma celular. "O The Sims precisou ser adaptado para garantir que o usuário se divertisse mesmo quando só tem 3 ou 4 minutos para jogar."

Os games, em geral, têm preços que variam entre R$ 2 e R$ 10 e são baixados diretamente no celular. As operadoras e estúdios pretendem lucrar com esse negócio, mas muita gente já descobriu um jeito de brincar sem pagar. Há sites na internet que oferecem jogos piratas, até de títulos famosos. O designer Eric, que prefere não revelar seu sobrenome, baixou oito games, como "Super Mario Bros" e "Fifa 2004", sem gastar um centavo. "Acho um exagero cobrar R$ 10 por um jogo."

Jogos a toda hora

Convergência – Uma das investidas mais fortes em direção aos fãs dos games foi dada pela Nokia, com o aparelho N-Gage. Mais de 1 7 milhão de unidades já foram vendidas no mundo, segundo o diretor de Multimídia da Nokia no Brasil, Carlos Bastos. "Todo fã de games tem um telefone", diz. "E esse é o telefone ideal, ergonômico, com jogos atrativos."

Bastos afirma que os jogos do N-Gage estarão disponíveis para todos os telefones Nokia que têm entrada para cartão. Quando está dentro do metrô ou esperando por uma reunião, o engenheiro Túlio Sepe brinca com seu N-Gage. "Os jogos têm uma qualidade bem satisfatória. É um ótimo passatempo", aprova. "Gosto de ter tudo num só aparelho: telefone, MP3 player, pen drive e console de games." Os jogos preferidos de Sepe são os de corrida de carros, como "Asphault Urban GP" e "Driver 3", que ele baixa pela internet e instala no telefone por meio de um cabo ligado ao PC. (K.A./AE)

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