O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Jorge Armando Félix, divulgou nesta quarta-feira nota à imprensa em que esclarece o encaminhamento dado às investigações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre possíveis irregularidades nos Correios.
De acordo com a nota, a interrupção de ações pela Abin, subordinada ao GSI, ocorreu no dia 17 de junho e, não no dia 16 de maio, como informado pelo analista de informações da Abin, Edgar Lange, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga denúncias de corrupção nos Correios ontem.
Félix afirma que as investigações foram encerradas a partir de um "entendimento direto" com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, porque os trabalhos estão em fase de apuração de responsabilidades criminais, "atribuição específica da Polícia Federal". "Destaco que prossegue a operação original que levou indiretamente aos trabalhos sobre os Correios, não cabendo, portanto, qualquer outra interpretação atribuindo sentido político à minha decisão", diz, na nota, o ministro-chefe do GSI.
Nesta terça-feira, durante depoimento à CPMI dos Correios, Edgard Lange contou aos parlamentares ter recebido uma determinação da chefia de departamento em que serve na Abin para que apurasse possíveis casos de corrupção nos Correios. A motivação desse pedido, segundo Lange, feito em 5 de abril, seria uma denúncia anônima enviada ao gabinete da diretoria geral da Abin. Aos parlamentares da CPMI, o analista afirmou ter recebido ordens para encerrar as investigações no dia 16 de maio.
Segundo Lange, isso aconteceu logo após ele iniciar fase da investigação em que analisava possíveis irregularidades na Diretoria de Tecnologia dos Correios, que era comandada por Eduardo Medeiros. Segundo Roberto Jefferson (PTB-RJ), apontado como benefíciário de um esquema de corrupção nos Correios, Medeiros era indicado pelo PT para o cargo. O PT nega ligação com Medeiros.