Furlan quer elevar fatia da África do Sul nas exportações

De olho no grande mercado consumidor da Índia e da África do Sul o Brasil quer elevar de 2% para 4%, nos próximos quatro anos, a participação desses dois países no total das exportações brasileiras. Alcançar a meta, segundo o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, será possível com o aprofundamento das relações entre os empresários dos três países. "Somos países diferentes com desafios e problemas iguais", afirmou o ministro, durante o 1º Encontro Empresarial do Ibas, grupo que reúne a Índia, Brasil e África do Sul, conhecido como G-3.

Furlan disse que é viável fechar grandes acordos de comércio com os empresários dos dois países. "Aposto sim", afirmou, lembrando que as negociações com o Mercosul para acordos bilaterais estão avançando. Na abertura do encontro, na sede Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro mais uma vez "vendeu" as oportunidades de negócios que podem ser abertas pelos indianos e sul-africanos com os brasileiros.

O ministro contou que, nas conversas com os empresários e dirigentes de entidades de classe da Índia e da África do Sul, chegou a notar até mesmo uma atitude de "certo deslumbramento" em relação ao tamanho das oportunidades que o Brasil oferece para novos investimentos e comércio (vendas e compras) no Brasil.

Para o ministro, a maior dificuldade a ser enfrentada para o aumento das relações comerciais é a falta de conhecimento entre os empresários. "Os empresários não conhecem as oportunidades, apesar de algumas missões comerciais já feitas. Empresas que têm faturamento de bilhões de dólares e estão vindo ao Brasil pela primeira vez", afirmou. Em sua avaliação, a elevação de 2% para 4% das exportações brasileiras para a África do Sul e Índia significa, na prática, uma expansão muito maior, já que a base de comparação – as vendas do Brasil para o exterior – têm crescido substancialmente.

Rodada Doha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse confiar na retomada das negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ao receber o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, no Palácio da Alvorada, ele avaliou que, apesar dos entraves, os países em desenvolvimento conseguiram forçar mudanças nas relações com o mundo desenvolvido. "A recente reunião do G-20 no Rio de Janeiro, que foi muito positiva, mostrou que, apesar da suspensão das negociações, existe uma forte união entre os países em desenvolvimento e também espaço para iniciativas que ajudem a desbloquear as negociações", afirmou.

Voltar ao topo