Funcionários da Varig param em protesto contra atraso salarial

São Paulo (AE) – Funcionários do grupo Varig realizaram paralisações hoje (15) em Porto Alegre e Rio de Janeiro contra o atraso de salários. A paralisação ficou concentrada nos serviços de manutenção e não chegou a afetar vôos. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), cerca de 1600 trabalhadores cruzaram os braços no início da tarde depois de serem comunicados de que o salário de junho, previsto para o dia 20, só será pago dia 29.

Na próxima segunda-feira haverá uma assembléia para decidir sobre a continuidade da paralisação. "A atual administração é um primor de insensibilidade. Não houve nenhuma preparação. Simplesmente jogaram o comunicado para a galera", afirma o presidente da Fentac, Celso Klafke.

Os salários dos 17 mil trabalhadores do grupo Varig vêm sendo parcelados há quase um ano. Neste mês, só recebeu salário de junho quem ganha até R$ 800. A previsão era pagar salários de R$ 800 até a quantia de R$ 2 mil no dia 20 e o resto no dia 29. Agora, porém, tudo será pago no dia 29.

No mês passado, quando a empresa entrou em recuperação judicial – situação que prevê uma moratória de seis meses no pagamento de parcelas de dívidas passadas -, havia uma expectativa de que o fluxo de caixa ganharia uma folga e os salários voltariam a ser pagos em dia. "Em vez de melhorar, a situação só piorou", afirma a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio. "Com todo o faturamento que a Varig tem, queremos saber quem que eles estão pagando." A Varig alega problemas no fluxo de caixa. Esses problemas, segundo a empresa, deverão ser resolvidos "dentro de algumas semanas".

Todos os sindicatos de trabalhadores da aviação ligados à Varig entraram hoje com uma petição na 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro solicitando a convocação de uma assembléia para que seja eleito o comitê de credores. Pela lei, qualquer categoria de credores pode convocar a assembléia. O objetivo dos sindicatos é fiscalizar e ter acesso aos números da empresa, conforme previsto na lei.

"Não vamos nos opor. É um direito dos credores criar o comitê", afirma o advogado da Varig, Daltro Borges Filho, do escritório Sérgio Bermudes. O advogado afirma que dentro de dez dias a empresa tornará disponíveis toda as informações.

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