Brasília – Deputados integrantes da Frente Parlamentar pelo Fim do Voto Secreto farão hoje uma manifestação pedindo a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o voto secreto e determina o voto aberto em plenário.
Para os deputados, as absolvições de acusados de envolvimento no escândalo do mensalão fizeram com que muitos deputados envolvidos na compra superfaturada de ambulâncias não renunciassem, confiando numa nova leva de absolvição por meio de acordo, já que a votação em plenário é secreta.
"Enquanto tivermos o voto secreto no parlamento, o risco (de acordão) é total. Por isso que a sociedade tem de exigir o fim do voto secreto. Se permanecer nessa situação, a possibilidade de muitos serem absolvidos, mesmo com provas condenando, é evidente", alerta o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).
Para ele, o fim do voto secreto garantiria que a população brasileira fosse informada sobre como votarão os seus representantes, além de assegurar a cassação dos parlamentares contra os quais existam provas de atuação irregular.
"Eles estão confiando na morosidade, na decisão do plenário, que em muitos casos se manifestou no sentido do arquivamento", afirma o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ).
Já o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse não acreditar que as poucas renúncias signifiquem confiança num acordo para absolvição de deputados acusados.
"Hoje os deputados estão em suas bases sentindo a indignação da população. Os resultados serão outros. Aqueles que erraram, tenho certeza que serão punidos, aqueles que não erraram os processos serão arquivados porque aqui no Conselho de Ética não é um tribunal de exceção, nós queremos fazer justiça acima de tudo."