Força-tarefa prende milícia armada que ?protegia? fazendas

Uma força-tarefa formada por policiais federais, militares e civis prendeu, na madrugada desta terça-feira (05), oito pessoas acusadas de integrar uma milícia armada, que promovia desocupações de terras, sem autorização da justiça, em propriedades rurais do Paraná. O grupo foi preso na operação batizada de Março Branco, desencadeada pelo Ministério Público, que pediu ao governador Roberto Requião a formação da força-tarefa para apurar denúncias de milícias armadas nas áreas agrárias. ?Aqui no Paraná não há espaço para quadrilheiros, milícias privadas e nem grupos de extermínio,? garantiu Requião.

Os detidos tiveram prisão preventiva decretada sob acusação de formação de quadrilha, tráfico internacional de armas, exercício arbitrário das próprias razões e violação de Direitos Humanos. O tenente-coronel da Polícia Militar Waldir Copetti Neves foi preso em seu apartamento, em Curitiba, suspeito de comandar o grupo. ?Sabemos que, infelizmente, há casos de corrupção na polícia, mas isso não é só no Paraná. Essa situação pode ser encontrada em qualquer Estado brasileiro. O que fazemos aqui é punir esses infratores?, afirmou Delazari.

Armas

Os policiais cumpriram os outros sete mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em Curitiba, Cascavel e Ponta Grossa. Dezesseis armas, contrabandeadas do Paraguai e compradas no Brasil, foram apreendidas. Entre o material apreendido, destacam-se recibos de pagamento de fazendeiros de Ponta Grossa, fotografias e investigações realizadas dentro do MST, binóculos para vigilância, equipamentos de rádio-transmissão, relatórios elaborados pela quadrilha e três carros utilizados no patrulhamento rural.

A força-tarefa continua investigando o envolvimento da quadrilha em outros crimes, inclusive, há a possibilidade de a milícia ter cometido homicídios. A organização seria mantida financeiramente por fazendeiros ligados ao sindicato rural de Ponta Grossa, que pagavam cotas mensais para obter o patrulhamento armado de suas fazendas, além da garantia de reintegração imediata no caso de invasão do MST.

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