O coordenador de pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Paulo Picchetti, revisou para baixo a projeção para a inflação na cidade de São Paulo em 2006. A previsão agora é de os preços subam em média 2,5% em 2006. Antes, ele calculava que a inflação do ano poderia chegar a 4%. Vale lembrar que, no final de 2005, a previsão estava em 4,5%
Picchetti destacou que a segunda metade do ano terá uma inflação "bem maior" do que a do primeiro semestre, que acumulou uma leve alta de 0,10%. Mesmo assim, ele descarta qualquer preocupação em relação ao descontrole dos preços, porque o cenário é "bastante confortável"
O coordenador explicou que não espera "vilões" de preços até o final deste ano. "Os preços dos serviços devem continuar a subir no mesmo ritmo do primeiro semestre, mas não haverá mais a anulação desta alta vinda de grupos como Alimentação e Transportes, como foi verificado nos primeiros seis meses do ano", explicou
Picchetti disse ainda que esta sua projeção leva em consideração uma preocupação menor com o cenário externo, mas não contempla um possível aumento dos preços dos combustíveis no mercado doméstico, que é aguardado por parte dos analistas do mercado financeiro para o período pós-eleição
Mesmo que a projeção de Picchetti (inflação de 2,5% em 2006) seja confirmada, esta não será a taxa anual mais baixa registrada pela Fipe para São Paulo. No ano de 1998, o índice teve deflação de 1,79%
Para o IPCA (que é nacional e é o índice oficial acompanhado pelo Banco Central para cumprir o regime de metas de inflação), Picchetti espera uma inflação um pouco mais elevada, pelo fato de o indicador ter caráter nacional e ter registrado impacto do aumento dos preços das tarifas de ônibus em outras capitais