Fim de subsídios é caminho para integrar as pessoas à economia, diz Lula

Brasília ? O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (31) que a Rodada de Doha, que trata das negociações do fim dos subsídios agrícolas dos países ricos, é uma oportunidade "ímpar" para tornar o comércio internacional um instrumento eficaz ao desenvolvimento.

"Somente com um comércio verdadeiramente livre de barreiras e de subsídios distorcidos poderemos integrar milhões de seres humanos à economia mundial", afirmou, após a reunião de trabalho com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, realizada no Palácio do Planalto.

Segundo Lula, o sucesso das negociações comerciais é "crucial" para o fortalecimento da governança global e para o desenvolvimento dos países mais pobres. O que está em jogo na Rodada de Doha, acrescentou o presidente, "é o futuro do multilateralismo".

"Eu disse ao meu amigo Durão Barroso que a reunião G-8 é possivelmente a última chance de acordamos as linhas gerais de um pacote ambicioso e equilibrado. O envolvimento dos líderes tem que dar impulso às negociações".

Para Durão Barroso, a União Européia e o Brasil são defensores do multilateralismo e que será a partir da definição de regras comuns, decididas coletivamente, que as questões colocadas na era da globalização devem ser resolvidas. "Aqueles que defendem com tanto vigor o multilateralismo devem fazer um esforço para que cheguemos com sucesso a uma conclusão da Rodada de Doha", afirmou.

Na avaliação dele, Doha não trata apenas de negociações econômicas ou comerciais ? é uma rodada para o desenvolvimento de países menos avançados do mundo. "Ela é importante para países onde diariamente morrem pessoas porque não têm o mínimo para comer ou não têm água potável para beber".

Lula voltou a afirmar que, embora o Brasil esteja fazendo a sua parte, "os maiores gestos têm que vir dos países ricos". "Acesso aos mercados agrícolas é muito importante. Mas ainda mais fundamental é a eliminação das distorções causadas pelos subsídios", completou.

A opinião é compartilhada pelo presidente da Comissão Européia. "Estou de acordo com o presidente Lula quando ele diz, que os mais ricos devem fazer um esforço maior do que aqueles que têm menos", disse, acrescentando que os esforços não devem se concentrar apenas na área agrícola. "Se houver esse esforço, nós poderemos ter boas notícias para a economia mundial, boas notícias para o nosso sistema multilateral e boas notícias para aqueles que precisam mais da solidariedade global".

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