Fim da deflação de matérias-primas puxa alta do IGP-M

O fim da deflação nos preços das matérias-primas brutas no atacado (de -3,02% para 0,70%) comandou a alta de 0,34% na segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele comentou que o segmento de matérias-primas brutas no atacado já demonstrava, em apurações anteriores do indicador, perda de força em quedas de preços, em itens importantes. Mas agora, os preços dos produtos estão realmente subindo. "Há um movimento de pressão para cima, por parte das matérias-primas agropecuárias", considerou

Esse movimento abrange principalmente as commodities. É o caso de soja (de -3,89% para 0,69%); milho (de -8,38% para 5,82%); suínos (de -16,74% para 6,24%) e bovinos (de -0,42% para 0,92%). A soja é um dos produtos de maior peso na formação da inflação do atacado

O economista considerou ainda que, além da alta nos preços das matérias-primas brutas, o período de deflação nos preços dos bens intermediários também chegou ao fim (de -0,27% para 0,85%), da segunda prévia de abril para igual prévia do IGP-M de maio. Isso também ajudou a puxar para cima a segunda prévia de maio do IGP-M

Quadros lembrou que os preços dos combustíveis e dos metais, que fazem parte dos bens intermediários, estão registrando movimentos de aceleração no atacado

Combustíveis e lubrificantes

A alta dos preços dos combustíveis e lubrificantes acelerou no atacado (de 0,13% para 0,36%) na segunda prévia do IGP-M de abril, na comparação com igual indicador em maio. Mas a elevação nas cotações do setor teria sido mais intensa, não fosse a queda no preço do álcool etílico hidratado (de 3% para -3,65%), segundo avalia Salomão Quadros. "Os preços dos combustíveis só não estão disparando no atacado graças ao álcool", afirmou. Isso porque produtos de peso no setor registraram aumentos de preços expressivos, no mesmo período, como óleos combustíveis (de -4 11% para 4,38%) e querosene para motores (de 2,52% para 6,12%)

O comportamento dos preços desses dois produtos tem estreita ligação com o movimento do petróleo no mercado internacional. Quadros explica que o álcool registra baixa, no momento, devido à regularização da oferta do produto – que passou por uma seqüência de alta de preços devido a problemas de demanda maior do que oferta no setor sucroalcooleiro. "Agora é o momento de safra de cana-de-açúcar", lembrou, considerando que isso melhora a oferta do álcool

Segundo o economista, o bom momento do preço do álcool influenciou o preço da gasolina, que caiu 0,29% na segunda prévia do IGP-M de maio, após subir 0,12% em igual prévia em abril. A gasolina conta com 20% de álcool em sua formação.

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